Voltar ao início

Como funciona uma blockchain

Como funciona uma blockchain

Funções de hash, timestamp e criptografia assimétrica: conceitos cruciais na engenharia da blockchain. Como é o funcionamento de uma blockchain?

Santiago Juarros
Content Analyst

Para entender como as blockchains funcionam, precisamos levar em consideração três conceitos chave: funções de hash, timestamp e criptografia assimétrica.

As funções de hash são um tipo de algoritmo que permite criar um número de identificação a partir de um pedaço (ou uma fração) de informação. Qualquer alteração nesta parte, por menor que seja, fará com que o número de identificação também mude. Este método é usado para verificar a integridade de um conjunto de dados.

A marca do tempo ou timestamp é um sinal informático que permite estabelecer quando um determinado evento aconteceu. Algo de vital importância para saber o momento em que ocorre uma transação de bitcoins, por exemplo.

Já a criptografia assimétrica é um sistema que permite transferir criptomoedas (ou qualquer tipo de informação) de maneira criptografada na web, através da criação de dois tipos de chaves: públicas e privadas. As públicas funcionam como um endereço de e-mail, para o qual qualquer pessoa pode enviar criptomoedas. Por outro lado, as chaves privadas são conhecidas apenas pelo dono daquele endereço, sendo ele o único que pode enviar criptomoedas a partir dali.  

A estrutura da blockchain incorpora elementos que permitem corroborar, identificar e proteger os dados processados.

Funcionamento das blockchains

Uma blockchain é, em suma, um sistema que contém, valida e estampa as transações de determinada criptomoeda com uma marca do tempo. Cada bloco pode conter certa quantidade de transações, além do hash do bloco anterior e um “nonce”. Estes blocos são validados em um processo conhecido como mineração (que explicaremos no próximo capítulo) e, em seguida, adicionados à cadeia.

Como a blockchain é um registro distribuído, uma vez que o bloco é minado, todas as cópias são atualizadas, adicionando o último bloco à cadeia. Assim, as transações incluídas no bloco são incorporadas na blockchain e ficam marcadas (ou estampadas) com uma timestamp. Se alguém tentar enviar a mesma quantidade de criptomoedas duas vezes para dois endereços diferentes, somente a primeira operação a ser verificada será validada, e as demais ficarão invalidadas.

Desta forma, a blockchain gera um registro único de todas as transações válidas de determinada rede, nas quais os nós estão em total concordância. Isto quer dizer que se gerou um consenso que toda a rede compartilha.

Embora as cadeias de blocos tenham surgido como um sistema específico para validar transações de valor (Bitcoin foi a primeira implementação de blockchain), este modelo pode ser usado para armazenar e validar qualquer tipo de informação, ou em qualquer caso onde seja necessário criar registros que todos os nós da rede possam aceitar como válidos.