Mais do que nunca, com a crescente popularidade das finanças descentralizadas, a questão da compatibilidade de criptomoedas está se tornando mais relevante. Diante disso, qual a real importância da criação de um sistema para os meios de trocas digitais interoperarem?
O que é interoperabilidade entre criptomoedas?
As empresas de tecnologia repetidamente notaram a importância de combinar os esforços de grandes plataformas de blockchain, que, até recentemente, eram criadas de forma autônoma umas das outras.
Daí surge a necessidade de uma interoperabilidade, que nesse caso, não apenas se define como a possibilidade de que diferentes sistemas de blockchain possam se comunicar uns com os outros, entretanto, acima de tudo, o intercâmbio abordado é a capacidade de compartilhar, visualizar e acessar informações em diferentes redes de blockchain, sem a necessidade de um intermediário, o qual, nesse caso, acabaria sendo uma troca centralizada, o que é díspar a natureza do serviço de explorador de blocos.
A visão de blockchains empresariais interoperáveis, portanto, repousa em uma série de funcionalidades e habilidades, incluindo:
- Integração com sistemas existentes;
- Iniciar transações em outras redes;
- Conduzir transações com outras cadeias;
- Realizar transações entre implantações na mesma cadeia, integrando aplicativos e tornando mais fácil mudar uma plataforma subjacente para outra.
Desenvolvimento da ideia de interoperabilidade de blockchain
Projetos de blockchain que desejam implementar interoperabilidade em sua plataforma, visando criar um ecossistema que permita que diferentes blockchains se comuniquem facilmente entre si, tiveram a primeira tentativa em 2012, por Joseph Chow. O desenvolvedor criou o sistema BTC-Relay com o objetivo de obter informações da rede Bitcoin e utilizá-las em contratos inteligentes na Ethereum.
Cinco anos depois, em 2017, a primeira atomic swap (permuta atômica, em livre tradução), ocorreu entre as redes Decred, Litecoin e Bitcoin.
As atomic swaps permitem a troca de criptomoedas de diferentes blockchains, sem envolver terceiros, o que é chamado de negociação ponto a ponto, e sustentam as mesmas transações nas bolsas descentralizadas de hoje.
O grande passo seguinte, em direção à interoperabilidade da criptografia, foi dado pelo Bancor em 2018 com a solução BancorX, o sistema permite que qualquer token, servindo esse para representar quaisquer ativos fungíveis e negociáveis, baseado em Ethereum, possa ser convertido em outros tokens baseados em EOS com apenas um clique, sem taxas de conversão.
Um dos último passo para a integração, até então, vem do criador do Javascript, Brendan Eich, quem combinou vários tokens intermediários que podem se correlacionar com BTC, Litecoin (LTC), ETH e qualquer outro ativo em uma única plataforma de protocolo universal.
A tecnologia de Cross Chain
Compatibilidade cross blockchain, já assim batizada, seria o nome dos sistemas, em desenvolvimento, que buscam aplicar a interoperabilidade na prática, na busca de que as blockchains se comuniquem, sem fugir de seus ambientes descentralizados.
A Ripple é um exemplo claro de um projeto de blockchain que tenta explorar transações de cross chain (cadeia cruzada, traduzido literalmente) no mercado dos criptoativos. Embora ainda esteja em desenvolvimento, dentro desse propósito, a Ripple está abertamente tentando tornar possível essa perspectiva, de que pessoas e entidades troquem vários ativos digitais em diferentes blockchains.
Exemplos da necessidade da interoperabilidade entre as criptomoedas
É fácil ver porque a interoperabilidade para blockchain não é apenas desejável, mas acima de tudo necessária. Para isso, pode-se começar usando o exemplo no qual, atualmente, as empresas dependem de níveis cada vez maiores de colaboração e interação. Um sistema tecnológico, no mercado de hoje, não conseguiria entregar seu produto final sem um outro sistema.
A única maneira de alcançar o avanço do blockchain corporativo, ou seja, completo, é através da interoperabilidade, uma vez que essa permitiria o uso mais rápido de diferentes compartilhamento de informações descentralizadas, execução mais fácil de contratos inteligentes, além de um compartilhamento de soluções.
Especialmente em áreas onde a blockchain é importante, como cadeia de suprimentos, financiamento comercial, saúde, aviação, entre outros, uma única rede de blockchain simplesmente não é capaz de fornecer todas as necessidades de qualquer transação.
Em uma era de demanda por velocidade, fazer a troca de diferentes criptomoedas, armazenar e negociar ativos em diferentes espaços só evoluirá com a oferta de os mesmos recursos, de uma forma mais integrada, facilitando a vida dos usuários a não recorrer a intermediários.
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