Já viu a imagem de um touro associada ao mundo cripto? Não é por acaso: trata-se de uma referência direta ao “bull run”, expressão que, traduzida literalmente, significa “corrida do touro”.
No contexto financeiro, o termo “bull run” é usado para descrever uma tendência prolongada de alta nos preços dos ativos, que muitas vezes chegam a atingir máximas históricas durante esse período.
A figura do touro é escolhida por conta da forma como ele ataca: com os chifres para cima. Isso contrasta com o “bear market” (mercado de baixa), que usa a imagem do urso, cujas garras apontam para baixo ao atacar.
Fases de um bull run cripto
Como dissemos, um bull run não acontece de forma repentina, mas sim como um processo que se desenvolve ao longo do tempo. Por isso, é possível identificar fases distintas durante os mercados de alta das criptomoedas:
1. Acumulação silenciosa
Quando grandes investidores (as chamadas “baleias”) acumulam Bitcoin ou outras criptomoedas, pode ser o primeiro sinal de preparação para um mercado de alta. A acumulação também envolve pequenos investidores e é considerada “silenciosa” porque ocorre em momentos de baixo interesse geral no mercado.
2. Expansão de preços
O chamado mark up começa quando o preço sobe de forma consistente e rompe resistências importantes. Isso atrai mais investidores, aumenta a demanda e desencadeia um efeito em cadeia que intensifica a valorização.
3. Euforia e FOMO
O movimento de alta ganha ainda mais força, impulsionado por notícias positivas e uma oferta limitada (já que as baleias ainda não vendem suas reservas). Isso gera euforia e o famoso FOMO (Fear of Missing Out — medo de ficar de fora), que alimentam ainda mais o bull run.
4. Distribuição e correção
Nesse estágio, surgem os vendedores e a “panela de pressão” se abre. A oferta começa a ser distribuída, atendendo à demanda dos novos compradores, o que pode interromper a valorização ou até provocar uma correção nos preços.
Bull run cripto: quais sinais ajudam a antecipar?
Alguns sinais costumam marcar o início de um bull run. Do ponto de vista técnico, um dos mais relevantes é o halving do Bitcoin, evento programado que reduz pela metade a emissão de bitcoins a cada quatro anos. Historicamente, os halvings de 2012, 2016, 2020 e 2024 foram seguidos por fortes mercados de alta.
Também é possível analisar métricas on-chain (dados registrados na blockchain) para detectar possíveis sinais de valorização. Um dos indicadores mais claros é o volume de negociações, que mostra se há interesse e movimentação com determinada criptomoeda.
Outro dado relevante está relacionado à acumulação ou distribuição de ativos. Se mais endereços estão acumulando, pode ocorrer um choque de demanda que impulsione os preços.
Por fim, o sentimento do mercado também pode dar pistas. Quando há medo, é possível que ainda não exista uma tendência de alta consolidada. Mas quando o sentimento é de ganância, o cenário costuma ser mais propício para um mercado em alta. O Índice de Medo e Ganância (Fear and Greed Index) capta essas oscilações emocionais.
Além disso, há diversas outras ferramentas do análise técnica, como as médias móveis, o RSI (Índice de Força Relativa), o MACD (Média Móvel Convergente e Divergente) e as chamadas HODL waves (ondas de retenção).
O cenário macroeconômico também importa
Mesmo com sinais técnicos e métricas on-chain favoráveis, o mercado de criptomoedas não existe isolado. Eventos macroeconômicos — como crises, incertezas políticas e decisões de bancos centrais — podem influenciar fortemente o comportamento do mercado, travando ou impulsionando os ciclos de alta.
O que acontece com as altcoins durante um bull run?
As criptomoedas alternativas (altcoins) costumam acompanhar o comportamento do criptoativo líder, o Bitcoin. Por isso, elas geralmente refletem suas flutuações com certa rapidez.
Por exemplo, ao comparar a evolução de preços do Bitcoin e do Ethereum nos últimos meses, é comum observar movimentos bastante semelhantes, com apenas algumas semanas de diferença entre eles.
À medida que o bull run avança, começa o que muitos chamam de alt season (temporada das altcoins). Nesse período, os traders assumem mais riscos em busca de lucros maiores, negociando criptos com menor capitalização de mercado. Isso gera movimentos ainda mais voláteis, tanto de alta quanto de queda.
Quando a alt season perde força, é comum que isso indique o início do fim do bull run. Aos poucos, os investidores tendem a sair do mercado ou migrar novamente para ativos mais estáveis, como o próprio Bitcoin, e o ciclo recomeça.
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