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O que é um cross-chain swap e como funciona?

O que é um cross-chain swap e como funciona?

Descubra o que é um cross-chain swap e como mover suas criptos entre redes de forma rápida e segura. Veja como funciona!

Fernando Clementin
Jornalista e tradutor.
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8/8/25

A crescente variedade no mercado de criptomoedas faz com que queiramos mover nosso dinheiro de uma blockchain para outra com mais frequência. Para isso, uma opção que está ganhando espaço são os “cross-chain swaps” ou trocas entre redes.

Como funciona uma troca entre blockchains?

Ao contrário de uma ponte (bridge), que envolve o envio de fundos para um protocolo (centralizado ou descentralizado) onde a troca acontece, em um cross-chain swap a troca é feita diretamente entre as partes. Para isso, diferentes métodos podem ser usados:

Atomic cross-chain swaps

Os “atomic cross-chain swaps” usam contratos inteligentes com um mecanismo chamado HTLC (Hashed TimeLock Contract). Ele exige que ambas as partes bloqueiem seus fundos em suas respectivas blockchains e o contrato só libera as criptomoedas se ambas cumprirem com a transação dentro do tempo estabelecido.

As carteiras (wallets) utilizadas nesse tipo de swap precisam ser compatíveis com programação de transações.

O termo “atômico” se refere à natureza do contrato: ou a transação é concluída completamente ou não acontece. Se uma das partes não cumpre sua parte, o contrato cancela a operação.

Trocas com validadores externos

Nesse tipo de troca, confia-se em um grupo de nós ou validadores que monitoram as blockchains envolvidas. Esses validadores atuam como árbitros: verificam a transação em uma cadeia e autorizam a correspondente na outra. É uma alternativa mais descentralizada do que os bridges tradicionais, mas ainda requer confiança nos validadores.

Exemplos de protocolos com validadores externos:
  • Axelar: oferece suporte a cross-chain swaps entre redes como Ethereum, Optimism e BNB Chain, além de outras compatíveis com a máquina virtual da Ethereum (EVM).
  • Wormhole: funciona como uma ponte descentralizada onde a validação é feita por um grupo de validadores chamados “guardians”.

Swaps com “relayers” ou retransmissores

Relayers são entidades que observam transações em uma blockchain e as notificam em outra. Eles não validam nem tomam decisões de consenso — apenas agem como mensageiros.

O swap acontece quando o relayer detecta atividade relevante em uma cadeia e a reporta em outra. Contratos inteligentes geralmente confirmam e concluem a troca.

Um exemplo é o 0x Protocol: os relayers publicam ordens off-chain e os usuários podem executar os swaps diretamente entre si com contratos inteligentes. O relayer apenas agrega ofertas — não toca nos fundos nem valida nada.

Vantagens dos cross-chain swaps sobre bridges

A principal vantagem é que são mais diretos: as partes podem operar entre si sem depender de exchanges ou protocolos intermediários. Isso reduz custos e atrasos, e também minimiza riscos de contratos vulneráveis — desde que as wallets utilizadas tenham as funcionalidades necessárias bem implementadas e testadas.

Além disso, os cross-chain swaps facilitam a adoção das criptomoedas ao simplificar seu uso. Por exemplo: se um negócio aceita apenas BTC e você tem stablecoins na sua wallet, um swap entre redes pode resolver rapidamente.

Eles também eliminam atritos, promovendo mais interoperabilidade entre blockchains.

Na Ripio, inclusive, oferecemos swaps sem comissão entre criptomoedas, para que você possa mover seus ativos entre redes de forma simples, rápida e sem custo adicional.

Quais redes podem ser conectadas?

Redes com foco em programação, como Ethereum e suas compatíveis, além de ecossistemas como Cosmos, Polkadot e redes DeFi, permitem esse tipo de troca. Também há swaps entre Bitcoin e suas sidechains, como Liquid.

Alguns dos cross-chain swaps mais populares:

  • ThorChain: oferece trocas sem custódia com carteiras como Ledger, Trust e OKX Wallet. Suporta BTC, Ethereum, BNB-Chain, Avalanche, Cosmos-Hub e mais.
  • LI.FI: focado em DeFi para redes EVM (compatíveis com Ethereum) e Bitcoin. Trabalha com pools de liquidez, agregadores DEX e protocolos de empréstimo.
  • Rango: compatível com 73 redes, 105 agregadores DEX e 25 bridges. É usado por carteiras como Trust, Binance Web3 Wallet e Exodus.
  • Squid Router: compatível com Bitcoin, Ethereum, Cosmos, Solana e outras 70 redes. Permite pagar taxas de gas e comprar NFTs com qualquer token do protocolo. Suportado por carteiras como Metamask.
  • Chainflip: suporte para todas as principais redes, com foco na simplicidade de uso — ideal para quem está começando.

Tarifas e boas práticas

Sempre haverá alguma comissão envolvida. Em redes com pouca liquidez ou alta demanda, os custos podem ser maiores.

Além disso, como dependem de código programável, esses swaps podem ter vulnerabilidades além de erros do usuário.

Para usar ferramentas seguras, pesquise antes: consulte fóruns especializados, perfis verificados e especialistas para entender a experiência de uso. Teste com valores pequenos para minimizar riscos inesperados e, conforme ganhar confiança, aproveite os swaps para movimentar suas criptos entre diferentes redes.

O conteúdo deste artigo tem apenas fins informativos e/ou educacionais. Não constitui aconselhamento financeiro, legal, fiscal ou de investimento, e não deve ser interpretado como uma recomendação para tomar qualquer ação específica.

Antes de tomar decisões financeiras, de investimento ou comerciais, é recomendável consultar um assessor ou profissional qualificado na área correspondente.Os ativos digitais podem apresentar alta volatilidade em suas cotações. A Ripio não oferece garantias ou representa a viabilidade ou adequação desses ativos como uma opção de investimento.