Após o caso de sucesso do bitcoin, testemunhamos um grande aumento no mercado de criptomoedas. A cada dia vemos novos projetos surgirem, em diferentes áreas.
Além do uso como dinheiro, a tecnologia em que as moedas digitais estão inseridas abriram portas para diversas evoluções em serviços e aplicações. Mas qual é o caminho percorrido até que um projeto tenha a sua própria criptomoeda?
Razão de existir
O mais importante dos passos ao criar uma criptomoeda é ter um bom motivo para tal. Existem centenas de milhares de empresas que possuem ativos digitais, portanto há uma concorrência bem forte no mercado.
Por isso, é necessário encontrar um caso de uso real, além de pesquisar por projetos semelhantes (pode ser que alguém já teve a mesma ideia antes). Outro ponto a ser analisado é o tamanho do mercado e o público alvo em potencial para o projeto.
Caso o projeto não tenha nenhuma ideia nova ou um diferencial, será mais complicado obter sucesso. Ao possuir os requisitos listados para avançar, é hora de seguir ao próximo passo.
Token ou criptomoeda?
Existem projetos simples, que apenas precisam de um ativo como troca de valor. Já outras empresas possuem aplicações robustas baseadas em blockchain.
Para uso simples, sem foco em desenvolvimento de blockchain, talvez um token resolva a situação. Tokens são ativos digitais criados dentro da blockchain de uma criptomoeda. Por exemplo, dentro da blockchain Ethereum é possível criar tokens, conhecidos como ERC20.
Caso o projeto entenda que precisa de funcionalidades que somente serão possíveis em uma nova blockchain, é hora de avançar ao próximo passo. Muitas vezes, optar por uma blockchain própria é questão de tornar um projeto mais independente.
Processo de validação
Uma criptomoeda é composta por códigos de computador que possuem arquivos com suas transações, chamados de blocos. A forma com que a rede valida essas transações podem variar.
Os meios mais conhecidos de validação de uma cadeia de blocos, a blockchain, é a prova de trabalho e a prova de participação.
Prova de trabalho (proof-of-work): este é o sistema conhecido como mineração. Pense no bloco, numa analogia, como sendo um cadeado de um baú, que ninguém sabe o segredo. Assim, muitas pessoas tentam descobrir a combinação correta para o abrir esse baú e obter a recompensa que existe dentro dele.
Um bloco possui uma combinação numérica a ser descoberta para que ele seja validado na rede. Para descobrir este número, máquinas potentes testam diferentes sequências. A máquina, chamada de minerador, que obtiver sucesso no processo leva a recompensa: um valor em criptomoeda.
Prova de participação (proof-of-stake): vamos a mais uma analogia. Se você precisasse de conselhos financeiros, preferiria a ajuda de uma pessoa que tem o patrimônio de um milhão de dólares ou uma que possui um real apenas? Acreditamos que quem possui mais sucesso pode dar melhores conselhos, certo?
Na prova de participação, a rede procura as carteiras (ou nós) com um saldo mínimo a fim de que elas validem a transação. E, geralmente, quanto mais moedas na wallet, maiores as chances de ser escolhido para ser o validador de um bloco e receber as recompensas.
Desenvolvimento
As criptomoedas são criadas por algoritmos que dependem de criptografia. O programa construído é descentralizado e distribuído, o que significa que é hospedado em computadores de diversas pessoas ao redor do globo, ao invés de um servidor central.
A etapa de desenvolvimento exige uma equipe técnica qualificada, pois falhas de segurança e usabilidade podem arruinar o projeto. Como muitas criptomoedas possuem o código aberto, algumas empresas baseiam uma nova moeda em um protocolo já existente.
Ganhando espaço no mercado
Por melhor que tenha sido feito o trabalho até aqui, o sucesso de uma criptomoeda depende diretamente de sua adoção. Portanto, esforços de marketing, parcerias e novos casos de uso devem ser sempre incentivados.
O número de usuários e transações da rede, assim como o volume gerado, são pontos-chave para o futuro de um projeto duradouro.