Se você vive no planeta Terra, já deve ter ouvido falar do Bitcoin. Desde que surgiu, a moeda digital vem ocupando cada vez mais espaço nos noticiários e se popularizando entre os investidores. No entanto, seu funcionamento permanece um mistério para alguns e há uma série de mitos sobre Bitcoin.
A falta de conhecimento pode afastar algumas pessoas desse tipo de investimento e ainda contribuir para disseminar informações que não correspondem à verdade. Por isso, elaboramos este artigo no qual vamos desvendar 7 mitos sobre Bitcoin. Acompanhe!
1. Bitcoin é anônimo
É verdade que as informações contidas no blockchain são apenas códigos, sem identificação de CPF nem nenhum nome.
No entanto, assim como todo tráfego online, as transações com Bitcoins podem ser rastreadas. As técnicas para isso são as mesmas usadas para rastrear um e-mail ou outras informações digitais.
Além disso, em algum momento o detentor da moeda virtual vai ter que fazer transações com o mundo físico, transformando suas moedas virtuais em dólares ou reais, por exemplo. Para isso, ele precisa ter uma conta em uma exchange. E, para abrir essa conta, a pessoa precisa apresentar a sua documentação e comprovar a sua identidade.
2. Bitcoin é ilegal
O Bitcoin ainda é uma “criança”. As primeiras moedas foram lançadas em 2009. A maioria dos países, portanto, optou por acompanhar o seu desenvolvimento e criar algumas regulações, em vez de proibi-lo.
O site Bitcoin Regulation traz um mapa-múndi que mostra o status legal da moeda virtual em cada um dos países que tem um posicionamento sobre o tema. No Brasil, a moeda é legal, mas ainda não conta com uma regulamentação específica. A posição do Banco Central é que não haverá regulamentação por enquanto, embora também afirme que acompanha os desenvolvimentos.
A Câmara dos Deputados conta com uma comissão para discutir a regulamentação da moeda. O projeto de lei PL2303/2015 “dispõe sobre a inclusão das moedas virtuais e programas de milhagem aéreas na definição de ‘arranjos de pagamento’ sob a supervisão do Banco Central”.
Mesmo sem uma regulamentação específica, deve-se fazer a declaração de Bitcoins no Imposto de Renda. A Receita Federal disponibiliza orientações para fazer a declaração de posse e ganhos com as moedas virtuais.
3. Governos podem “desligar” a moeda
Existem países que proíbem as negociações com Bitcoins. É o caso, por exemplo, da Bolívia, do Afeganistão, da Argélia e do Vietnã. A lista dos países em que a criptomoeda é legal, porém, é muito maior.
Os países mais avançados vêm desenvolvendo regulamentações para lidar com a moeda, criando obrigações, mas liberando seu uso no dia a dia. E essa é a tendência que se observa.
Além disso, as criptomoedas não têm uma centralização e seu funcionamento se assemelha ao da distribuição de filmes e músicas, o que dificulta tecnicamente a ideia de “desligar” o Bitcoin.
4. Bitcoin é especulação
Se você considerar que especular significa investir em algo com a expectativa de que ele se valorize para então vender e embolsar o lucro, então, sim, o Bitcoin é especulativo. Mas isso pode se encaixar em quase qualquer investimento: ouro, dólar, ações, commodities.
Para quem diz que o Bitcoin não tem um valor intrínseco, a resposta é a mesma: muitos outros investimentos tradicionais e consolidados também não têm. Qual o valor intrínseco do ouro? É apenas a confiança dos investidores o que atribui valor a ele.
Além disso, assim como um metal precioso, o Bitcoin também é finito, na medida em que sabemos que ele será limitado a 21 milhões de unidades. Não é à toa que a criptomoeda é chamada de “ouro digital”.
5. A tecnologia do Bitcoin não é segura
Muito antes pelo contrário. O blockchain é a tecnologia por trás do Bitcoin. É algo revolucionário e que vem sendo estudado e aplicado em diversas outras áreas. Ela consegue registrar vários tipos de transações e os registros ficam espalhados por vários computadores.
Nas moedas digitais, essa espécie de “livro contábil” registra os valores que são enviados e recebidos. Assim, essas informações ficam armazenadas em várias “bibliotecas” diferentes, fazendo com que seja muito difícil apagá-las.
Como o nome sugere, esse sistema é formado por uma cadeia de blocos. Dentro de cada um desses blocos há um conjunto de transações, protegidas por uma camada forte de criptografia. Ao mesmo tempo, a blockchain é pública, de maneira que qualquer um pode verificar e auditar as movimentações que estão registradas nela.
Assim, essa tecnologia consegue ser simultaneamente segura e transparente. Isso justifica, por exemplo, o enorme interesse que os bancos e demais instituições financeiras têm pelo blockchain e todos os usos que estão sendo desenvolvidos com base nele.
6. Não é possível comprar nada com Bitcoin
Como dissemos, o Bitcoin ainda é uma novidade no mundo. Sua popularização, no entanto, foi rápida e, diferentemente do que muita gente pensa, é possível usá-lo para comprar muitas coisas, sem ter que transformar a moeda virtual em dinheiro.
A moeda digital já é aceita em muitos estabelecimentos e pode ser usada para pagar inúmeros bens e serviços. Veja abaixo alguns exemplos do que já pode ser comprado com Bitcoins:
- viagens de cruzeiro;
- a entrada de um imóvel;
- curso universitário;
- comidas em restaurantes;
- joias;
- tatuagens;
- gastos em clínica veterinária;
- diárias em hotel;
- ingressos para shows;
- roupas.
É óbvio que são estabelecimentos específicos que aceitam o pagamento em Bitcoin, mas a variedade mostra que as transações com a moeda estão ficando mais rápidas e baratas, estimulando a sua popularização.
7. Bitcoin é um esquema de pirâmide
Nada mais longe da verdade. Um esquema de pirâmide é aquele em que não há nenhum ativo e que o dinheiro vai se acumulando simplesmente porque a permanente entrada de novos membros sustenta os ganhos dos mais antigos, até que o sistema quebra e muita gente perde.
O Bitcoin não é isso. É uma moeda virtual, com estoque finito, que pode ser comprada e vendida, como outras moedas no mundo. É importante frisar que, assim como outros investimentos, essa é uma aplicação de risco. A sua cotação varia. E isso quer dizer que pode oscilar tanto para cima quanto para baixo.
No entanto, uma vez que você esteja ciente dos riscos e considere que pode e quer tomá-los, ele passa a ser um investimento como outro qualquer.
Agora você já conhece os principais mitos sobre Bitcoin e pode começar a negociar com muito mais consciência. Não se esqueça: saber o que está fazendo é crucial para evitar surpresas. Por isso, conhecimento é a palavra-chave para investir com sucesso.
Assim, continue aprofundando seu conhecimento e descobra se existe um limite para o Bitcoin!