Como redes descentralizadas, as blockchains ou cadeias de blocos têm nos nós um pilar fundamental. Eles são dispositivos que cumprem diversas funções que garantem o funcionamento estável e seguro da rede.
Tipos de nós em blockchain
Os nós de blockchain são computadores e servidores que executam simultaneamente o software de uma rede. Esses dispositivos podem estar em qualquer lugar do mundo e desempenham diferentes papéis.
Nó completo (full node)
O nó completo é aquele que armazena cópias atualizadas do livro-razão distribuído da rede. Cada novo bloco de transações e dados adicionado à cadeia é automaticamente transmitido a todos os nós completos — um ponto essencial para tornar os dados praticamente impossíveis de falsificar. Alterar a cadeia exigiria modificar simultaneamente milhares de cópias espalhadas pelo mundo.
Nó leve (light node)
Também existem os nós leves (ou light nodes), que cumprem uma função semelhante, mas armazenam apenas dados resumidos. Por exemplo, eles mantêm informações básicas sobre cada bloco, mas não os detalhes das transações. Se necessário, esses dados podem ser consultados na rede, sem que precisem ser armazenados localmente. Dessa forma, exigem menos recursos de hardware e software.
Nós mineradores e validadores
Outro tipo de nó que você provavelmente conhece são os mineradores e validadores. Eles também executam o software do Bitcoin, Ethereum ou da rede correspondente.
A diferença é que os nós mineradores e validadores são responsáveis por criar novos blocos e preenchê-los com informações. Para isso, escolhem transações, as validam e propõem para inclusão em um bloco. Também devem seguir um processo que varia de acordo com o mecanismo de consenso da rede (os mais conhecidos são “Proof of Work” e “Proof of Stake”) para ter o direito de adicionar esse novo bloco.
Nós de arquivamento (archive nodes)
Existem ainda os nós de arquivamento, uma variante dos nós completos, que se concentram em armazenar o histórico completo da blockchain, em vez do estado atual da rede. Eles são importantes para análises forenses, desenvolvimento de aplicações ou ferramentas de exploração de blocos.
O que é necessário para executar um nó?
Para executar um nó, é essencial ter o hardware adequado, armazenamento suficiente, uma conexão de internet estável e o software correspondente à rede.
Requisitos de hardware e software
No início, era possível rodar nós do Bitcoin e do Ethereum com computadores caseiros ou até com dispositivos como um Raspberry Pi. Mas, com o crescimento das redes, isso já não é tão simples.
Um computador dedicado à execução de um nó deve ter um processador moderno — não precisa ser de última geração; por exemplo, um Intel i3 ou Ryzen 3 pode funcionar. A memória RAM deve ser de pelo menos 4 GB, embora o ideal seja mais, especialmente no caso de validadores ou mineradores.
Armazenamento necessário por rede
No quesito armazenamento, é bom lembrar que a rede do Bitcoin atualmente ocupa mais de 660 GB. Em junho de 2024, eram 580 GB — um crescimento de 14% ao ano. Para rodar um nó completo, é necessário esse espaço de armazenamento, ou então usar um nó leve.
No caso do Ethereum, para rodar um nó validador, são necessários requisitos técnicos adicionais e participação ativa com ETH em staking.
Importância de uma conexão estável
Uma conexão de internet estável é outro requisito básico. Desconexões podem causar atrasos na sincronização e, em redes com Proof of Stake (como Ethereum), interrupções prolongadas podem até gerar penalizações financeiras.
Software específico de cada blockchain
Por fim, é necessário instalar o software da blockchain. Esse é o programa que permite configurar e executar o nó. No Bitcoin, o mais utilizado é o Bitcoin Core, que está presente em mais de 16.000 nós. No Ethereum, que tem mais de 11.500 nós, os softwares mais populares são Geth, Prysm e Lighthouse.
Embora os exemplos aqui sejam Bitcoin e Ethereum, outras redes como Cardano, Solana e Avalanche também têm seus próprios softwares e milhares de nós distribuídos globalmente.
O que os nós oferecem às redes blockchain?
Os nós são indispensáveis para que uma rede blockchain funcione de forma descentralizada e segura, com transações validadas por meio de consenso.
Descentralização e resistência à censura
Quanto mais nós estiverem distribuídos ao redor do mundo, mais descentralizada e resistente à censura será a rede. Com nós ativos espalhados globalmente, torna-se mais difícil que um ataque centralizado comprometa a rede, ou que ela seja derrubada por proibições governamentais, falhas técnicas ou desastres naturais.
Segurança da rede e proteção contra ataques
Para a segurança, os nós mantêm uma cópia atualizada e segura da versão válida da blockchain. Mesmo que um ataque ocorra, os nós “honestos” podem criar uma bifurcação (fork) e continuar desenvolvendo a cadeia legítima.
Privacidade ao operar com um nó próprio
Executar um nó também traz benefícios ao usuário. Ao enviar transações por meio de seu próprio nó, não é necessário compartilhar dados sensíveis com servidores externos ou aplicativos centralizados. Isso garante operações mais privadas e seguras.
Rodar um nó é fazer parte da rede blockchain
Essencialmente, os nós são as peças que compõem a rede blockchain. Sem eles, não existiria transmissão descentralizada de dados nem garantia de imutabilidade.
Executar um nó exige investimento em operação e manutenção, mas também pode gerar recompensas financeiras — no caso dos validadores e mineradores. E mais importante do que o retorno monetário, está a satisfação de contribuir com um sistema financeiro moderno, acessível, neutro e descentralizado.
O conteúdo deste artigo tem apenas fins informativos e/ou educacionais. Não constitui aconselhamento financeiro, legal, fiscal ou de investimento, e não deve ser interpretado como uma recomendação para tomar qualquer ação específica.
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