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Solana: o que é e como funciona

Solana: o que é e como funciona

A Solana é uma plataforma que suporta a criação de contratos inteligentes por meio da tecnologia blockchain. Entenda como ela funciona!

Mitie Okabayashi
Global Content Strategist
30/9/22

A rede blockchain Solana foi um grande destaque do mundo das finanças descentralizadas (DeFI) em 2021, com sua criptomoeda (SOL) tendo valorização de mais de 9.700% no ano. Entretanto, após sofrer com uma queda intensa, a plataforma DeFi, que chegou a ser considerada como sucessora da Ethereum, passou a viver um cenário incerto. 

Será que ainda vale a pena considerar o token SOL uma boa opção de investimento? E a rede Solana? Quais são as diferenças entre uma e outra? Quais são suas respectivas vantagens e riscos? Entenda tudo isso no conteúdo a seguir. 

O que é a Solana?

Solana é o nome de uma plataforma que suporta a criação de contratos inteligentes por meio da tecnologia blockchain. A partir dela são desenvolvidos dApps (aplicativos descentralizados), tokens não fungíveis (NFTs), games, market places, entre outros. Ou seja, a Solana é uma alternativa a outras blockchains já consagradas, como a Ethereum, a Cardano e a Polkadot

Assim como as concorrentes, a rede também tem um token de mesmo nome: a criptomoeda SOL, que também pode ser chamada de Solana Coin.

Apesar das semelhanças com outras soluções, o protocolo chamou a atenção do mercado em 2021. Isso porque, mesmo com uma operação que ainda era recente, dado que o seu token nativo havia começado a circular apenas em 2020, a SOL explodiu em valor e apresentou virtudes não encontradas nas demais. 

A diferenciação da rede e de sua moeda pode ser notada, sobretudo, no que se refere ao seu processo de validação.

Como são validadas as transações na Solana? 

A Solana tem um sistema que registra a data e a hora das transações, de forma que todos os computadores validadores tenham uma visão uniforme. Assim, todos os usuários têm acesso igual à ordem que rege as novas atividades executadas dentro da blockchain. 

Para entender como isso funciona, é necessário conhecer dois conceitos: Proof-of-History (PoH) e Proof-of-Stake (PoS). Quando trabalhados em conjunto, eles constituem um mecanismo de consenso diferenciado para a Solana. 

O PoH, também conhecido como prova de histórico, exige que todos os participantes da rede analisem a validade das transações e concordem com um único histórico de acontecimentos. 

Já o PoS, também conhecido como prova de participação, incentiva uma escolha aleatória de um staker, que passa a ter o direito de propor e adicionar uma série de novas transações confirmadas na blockchain.

Os resultados do mecanismo de consenso

Esse mecanismo duplo serve não só para verificar as transações da rede, mas também para o gerenciamento e a criação de novas moedas. Isso porque, para participar desse sistema, o usuário precisa ter unidades da criptomoeda SOL em carteira.

Outro ponto importante é a eficiência no tempo das transações: o sistema permite que a Solana lide com 60 mil transações por segundo – bem mais rápido quando comparado à Ethereum, por exemplo. Da mesma forma, as taxas de transações são significativamente mais baixas do que aquelas verificadas nas concorrentes – em torno de US$ 0,00025 por transação.

Responsabilização dos usuários

Como é próprio da tecnologia blockchain, os usuários são os atores principais na sustentação da rede Solana. Neste caso, não há, na ideia em si, nenhuma novidade pelos usuários garantirem coletivamente que as transações sejam executadas, mas o que aparece como diferencial é o comprometimento com essa atividade.

Na blockchain da Solana, os usuários demonstram as suas intenções de se tornar validadores ao realizar o staking – o mesmo mecanismo utilizado por redes como Cardano e Polkadot. A prática consiste em bloquear a movimentação de seus próprios criptoativos, que servem como uma garantia, a fim de legitimar as novas transações validadas pelos usuários.

Quais são as fragilidades da Solana?

A Solana é, sem dúvidas, uma rede inovadora, com transações incrivelmente rápidas e taxas consideravelmente menores do que a concorrência. Então, você deve estar se perguntando: o que falta para ela desbancar a Ethereum? Bom, a Solana conta com fragilidades que também são importantes de serem apontadas.

Para atingir a altíssima velocidade com a qual opera nas suas transações, por exemplo, a rede exige requisitos muito altos dos validadores. Isto é, os computadores que fazem com que a rede efetivamente funcione. Essa estrutura representa altos custos. 

Assim, mesmo que, teoricamente, qualquer um possa executar um nó validador, na prática, são poucos os usuários que têm condições para isso. Dessa forma, o princípio da descentralidade se torna fragilizado, dado que a capacidade computacional acaba concentrando a participação em alguns participantes.

Outro ponto sensível em relação à rede é a queda ocorrida em setembro de 2021. Na ocasião, a blockchain ficou offline por conta de um fork da rede. Isto é, os integrantes não tinham uma visão unitária sobre o estado da blockchain – o que deve ser um princípio de funcionamento – e por isso, ela caiu, gerando desconfiança sobre a sua segurança.

Ataques à rede Solana

Em 2021, a rede sofreu ataques do tipo DDoS, que ocorrem quando há um acesso massivo a um endereço. Nesses casos, a sobrecarga de acessos gera implicações negativas. 

Em 2022, a rede voltou a sofrer com investidas maldosas, apresentando supostos problemas. Esse histórico é, para muitos, uma dura marca na credibilidade da Solana.

A Solana é uma rede segura?

Em meio aos problemas envolvendo a segurança da Solana, um em especial já está na história do mercado cripto: o preço da rede despencou após um roubo de quase R$ 2 bilhões em criptomoedas, mesmo o ataque não ocorrendo diretamente na rede. 

A ação hacker foi direcionada à plataforma DeFi Wormhole, que atua como uma espécie de “ponte” entre diferentes blockchains. E é justamente aí que entra a Solana, já que ela está entre essas blockchains integradas.

A falha aproveitada pelo ataque estava contida em um contrato inteligente criado pela plataforma Wormhole na rede Solana. O contrato permitia emitir criptomoedas sintéticas, que poderiam ser utilizadas em outras blockchains. Ou seja, a falha se deu no código do contrato, e não na rede Solana.

Levando isso em consideração, bem como o fato de que nenhum usuário saiu no prejuízo, é preciso ter moderação em relação às críticas frente à segurança da Solana. Por outro lado, não se deve desconsiderar que a rede é ainda bastante recente, e, portanto, pouco testada, além de contar com um histórico de falhas técnicas considerável.

Conclusão

Apesar de todos os apontamentos de cautela, a Solana e seu token SOL merecem ser observados de perto. A rede tem diferenciais promissores e é hoje uma das mais consistentes do mercado. Caso o projeto consiga conter as ameaças e fraquezas externas que a cercam, tem potencial para brigar entre outros grandes projetos no segmento DeFi. 

Em todo caso, reconhecer as oportunidades e desafios em uma blockchain não é tarefa simples. Por isso, você deve seguir absorvendo informações em espaços especializados.