“Vesting” é um termo que, no contexto jurídico e financeiro, refere-se à aquisição de direitos sobre um ativo após o cumprimento de certas condições, como, por exemplo, um período de tempo determinado. No universo das criptomoedas, o uso desse conceito é bastante similar.
O que é vesting em criptomoedas?
O vesting em criptomoedas refere-se à liberação progressiva de tokens. Ou seja, um projeto possui uma certa quantidade de tokens que permanecem bloqueados e, em um momento específico, são distribuídos entre acionistas, membros da equipe ou usuários.
Para que serve o vesting?
Em primeiro lugar, o objetivo do vesting é evitar que uma grande quantidade de tokens seja colocada no mercado de forma repentina — o que poderia causar vendas em massa e impactar negativamente a sustentabilidade do projeto.
Além disso, o vesting garante que mais pessoas permaneçam interessadas e ligadas ao projeto. Como não é possível retirar rapidamente os tokens, todos os envolvidos permanecem conectados à iniciativa por um período razoável de tempo.
Para garantir transparência, o vesting geralmente é programado via contratos inteligentes (smart contracts). Dessa forma, não há uma pessoa ou entidade decidindo quando cada etapa será liberada — tudo já está codificado e é executado automaticamente.
Tipos de vesting em cripto
Como mencionado, existem diversas formas de aplicar o vesting em projetos de criptomoedas. A liberação dos tokens pode ocorrer com base em diferentes parâmetros, como tempo, marcos ou metas de desempenho.
- Vesting baseado em tempo: define que os tokens serão liberados gradualmente em momentos pré-estabelecidos. O período de espera inicial em que os tokens ficam bloqueados é chamado de cliff, por isso esse modelo também é conhecido como cliff vesting.
- A Ethereum utilizou esse tipo de vesting no lançamento de suas primeiras unidades de Ether (ETH), a criptomoeda nativa da rede. Hoje, o ETH é o segundo maior ativo em capitalização de mercado. Como tantas outras criptomoedas de destaque mundial, você pode encontrá-lo no app da Ripio.
- Vesting baseado em marcos (performance-based vesting): os tokens são liberados à medida que novas funcionalidades ou atualizações do protocolo se tornam operacionais.
Tanto nos modelos baseados em tempo quanto nos baseados em marcos, os tokens podem ser liberados de forma:
- Linear (linear vesting) – em partes iguais ao longo do tempo;
- Gradual ou escalonada (graded vesting) – com variações no ritmo da liberação;
- Back-loaded vesting – a maior parte dos tokens é liberada no final do período para incentivar o compromisso de longo prazo.
Existe também o vesting misto, que combina os dois modelos: parte dos tokens é desbloqueada com o tempo e parte, com base em marcos ou metas.
Por fim, o vesting reverso (reverse vesting) propõe um modelo oposto: todos os tokens são alocados no início, mas podem ser perdidos caso certos objetivos não sejam alcançados. A Filecoin é um exemplo de projeto que utiliza esse tipo de vesting.
Por que manter tokens bloqueados?
O vesting é uma ferramenta fundamental no ecossistema cripto porque ajuda a proteger os investimentos em um projeto e garante o comprometimento dos times de desenvolvimento ao longo do tempo.
Evita-se, assim, que os primeiros beneficiários da emissão de tokens vendam grandes quantidades de uma só vez — o que poderia desvalorizar o ativo. Esse “seguro” é especialmente relevante em projetos emergentes, onde a confiança do mercado depende da estabilidade e da transparência na distribuição dos tokens.
Projetos mundialmente reconhecidos como Solana, Polkadot e Avalanche utilizaram algum tipo de vesting para lançar seus tokens progressivamente.
Além disso, do ponto de vista da retenção de talentos, o vesting funciona como um incentivo para que os times permaneçam comprometidos com o desenvolvimento do projeto a longo prazo. Em vez de receber todos os tokens de uma vez, fundadores e colaboradores precisam continuar ativos até que seus direitos sejam gradualmente liberados.
O conteúdo deste artigo tem apenas fins informativos e/ou educacionais. Não constitui aconselhamento financeiro, legal, fiscal ou de investimento, e não deve ser interpretado como uma recomendação para tomar qualquer ação específica.
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