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Pool de mineração: o que é e como escolher?

Pool de mineração: o que é e como escolher?

Entenda o que é uma pool de mineração, veja como ela funciona, as maiores do mundo e dicas para escolher adequadamente!

Santiago Juarros
Content Analyst
13/9/22

Minerar, especialmente Bitcoins, é algo que tem se tornado cada vez mais complexo e caro. Uma alternativa a esses problemas é a pool de mineração. Essa é uma forma cooperativa de minerar, lidando de maneira mais eficiente com a constante demanda de energia elétrica e tecnologia.

Porém, para atingir os objetivos que você deseja, é importante escolher uma boa pool de mineração – além, é claro, de entender a fundo como esse sistema funciona. Siga a leitura e saiba mais!

O que é mineração?

Antes de compreender do que se trata a pool de mineração, precisamos fazer um adendo explicando melhor a mineração.

De forma resumida, podemos entender mineração como o ato de validar as transações na Blockchain, por meio da solução de cálculos complexos. O minerador conecta o software à rede da moeda e recebe os trabalhos para resolver, o qual consiste na execução de cálculos, sendo preciso encontrar o mais rapidamente possível o resultado.

Quem entregar o resultado corretamente primeiro, recebe como recompensa o bloco, que é uma espécie de pagamento pelo trabalho realizado.

Tipos de mineração

A mineração evoluiu, conforme as criptomoedas foram se tornando mais usadas. Neste conteúdo, vamos explicar os tipos de mineração de Bitcoin, que são os mais usuais.

Mineração com CPU

No início, quando o Bitcoin estava começando, era possível minerá-lo usando uma CPU simples. Hoje, esse tipo de mineração é praticamente impossível. Isso porque um computador de última geração tem a capacidade de computar 20 milhões de hashes por segundo (MH/s), o que significaria centenas de milhares de anos em média para encontrar um bloco nos dias atuais.

Mineração com GPU

Essa foi a segunda geração de mineração e teve início quando as pessoas começaram a usar suas unidades de processamento gráfico (GPU) para minerar, por volta dos anos de 2011 a 2013.

Os GPUs custavam mais caro do que as CPUs, mas eram mais rápidos e eficientes. Mesmo assim, se você for usar uma GPU hoje para minerar Bitcoin, levará em média 300 anos para encontrar um bloco.

Mineração com FPGA

A partir de 2011, começaram a surgir os FPGAs (em português “Arranjos de Portas Programáveis em Campo”). Comparada com as tecnologias anteriores, essa foi uma forma bem eficiente de mineração. Apesar disso, nos dias atuais, para encontrar um bloco usando um FPGA, seria preciso uma média de 50 anos.

Mineração ASIC

Rapidamente, os FPGA foram substituídos por máquinas com chips integrados de aplicação específica (ASICs). Essas máquinas foram criadas com o propósito específico de minerar Bitcoins e são, atualmente, as principais utilizadas.

Apesar de toda essa tecnologia, minerar Bitcoins ainda é algo complicado, principalmente devido à escassez desses chips que afetam a fabricação e a entrega das máquinas pelos fabricantes.

Mecanismos de consenso

Quando falamos em mineração, outro ponto importante a ser entendido são os mecanismos de consenso. São regras que definem a forma como uma rede cripto deve funcionar. Os dois principais existentes são: proof-of-work (PoW) e proof-of-stake (PoS).

Proof-of-Work (PoW)

Esse é o algoritmo usado nas criptos Bitcoin, Bitcoin Cash e outras blockchains que usam o princípio da mineração. Nele, todos os mineradores (nós da rede) competem entre si para encontrar uma solução matemática, usando, para isso, poder computacional, minerando, dessa forma, o próximo bloco da Blockchain.

Então, quem tiver a máquina mais potente, terá maiores chances na disputa.

A ideia é recompensar os mineradores pela participação na rede. Esse modelo, contudo, é bastante criticado, pois minerar exige um grande aporte energético, uma vez que milhares de máquinas precisam estar ligadas ao mesmo tempo.

E, claro, também há uma grande competição tecnológica, que está ficando cada vez mais cara e centralizada.

Proof-of-Stake (PoS)

Aqui, o que interessa não é resolver um problema matemático, mas, sim, a quantidade de moedas aplicadas na rede que o usuário possui. Quanto mais moedas, maior será a participação do usuário na Blockchain e, consequentemente, maior será o interesse para que a rede funcione sem falhas.

Quando um novo bloco é solucionado, o usuário é recompensado com um token principal. Mas, se fizer algo errado, tem uma parte dos seus criptoativos bloqueada (em staking) e que podem ser queimadas como um tipo de punição por maus atos.

Algumas das criptos mais conhecidas que usam esse mecanismo são: Ethereum, EOS, Stellar, Polkadot e Cardano.

Depois dessa introdução um pouco mais longa, já podemos explicar detalhadamente o que é um pool de mineração.

As pools de mineração evoluíram muito ao longo do tempo, permitindo maior velocidade e capacidade para minerar as criptos.

O que é pool de mineração?

Uma pool de mineração é uma espécie de cooperativa na qual o poder de mineração de cada nó é somado, fazendo com que os pagamentos sejam mais frequentes. Quando uma pool encontra um bloco, ela distribui a recompensa de forma proporcional à participação de cada membro.

Como vimos, minerar Bitcoin é algo que está bastante complexo e caro, exigindo um alto poder computacional e um significativo gasto energético. Com uma pool, é possível tornar essa atividade mais rápida e aumentar as chances de você ser recompensado, pois vários mineradores se unem para fazer a busca juntos, aumentando o poder computacional.

Multi pools e pools únicas

As pools únicas são as que estão explorando apenas uma criptomoeda, como as pools específicas de Bitcoin. Já as multi pools dão a opção ao usuário de minerar qualquer cripto disponível, podendo mudar sua opção a qualquer momento.

Como funciona uma pool de mineração?

Geralmente, uma pool de mineração conta com um coordenador, que é responsável por organizar os mineradores e garantir que eles usem valores diferentes para o nonce, evitando desperdício de poder de hash na tentativa de criar os mesmos blocos.

Os coordenadores também são responsáveis por dividir as recompensas e pagá-las aos participantes. Há vários métodos que podem ser usados para calcular o trabalho de cada minerador e distribuir as recompensas.

Basicamente, para uma pool funcionar, ela depende de 3 coisas:

1) protocolo de trabalho cooperativo;

2) serviço cooperativo de mineração (servidor), para conseguir reunir o poder de computação em um só ponto, é preciso um servidor para funcionar como link, manter o ritmo de produção de bloco e permitir distribuir os lucros mesmo para os mineradores pequenos;

3) software de mineração, por isso os mineradores devem escolher corretamente o software que corresponda às características da pool em que irão ingressar. Esse software se conectará ao servidor de mineração cooperativa ou da pool, receberá as informações e começará a resolver o enigma do bloco. Depois de encontrar a resposta, ele a envia e continua seu trabalho. O software também gera a autenticação e o pagamento correspondente a cada minerador.

Como funcionam as recompensas nas pools?

Como explicamos, os sistemas de recompensa podem variar entre as pools. Vamos ver em detalhes cada um deles.

Pay-Per-Share (PPS)

É um dos métodos mais comuns. Nele, cada minerador receberá um valor fixo para cada participação (share) enviada.

Um share é um hash usado para registrar o trabalho de cada minerador. O valor pago é nominal e aumenta com o tempo. Um share não é, necessariamente, um hash válido na rede. É apenas um hash que corresponde às condições estabelecidas pela pool de mineração.

Então, neste método, o minerador é recompensado mesmo que a pool não encontre um bloco válido. O operador da pool assume o risco, por isso é usual haver a cobrança de uma taxa, que pode ser cobrada antecipadamente ou após cada recompensa recebida por um bloco válido.

Pay-Per-Last-N-Shares (PPLNS)

Esse também é um sistema relativamente popular. Nele, os mineradores apenas são recompensados quando a pool extrai um bloco com sucesso. Então, quando a pool encontra um bloco, ela verifica a quantidade de shares enviados.

Para fazer a distribuição do pagamento, a pool divide o número de shares enviados por N e multiplica o resultado pela recompensa do bloco (subtraindo a taxa cobrada pelo operador). N poderá variar dependendo da pool.

Vamos supor que a recompensa do bloco seja 12,5 BTC (já desconsiderando a taxa de transação), a taxa do operador seja de 20%, a recompensa disponível seja de 10 BTC e N seja 1.000.000. Se você fornecer 50.000 shares, receberá 5% da recompensa disponível, ou 0,5 BTC.

Outras formas de recompensa

Embora essas duas sejam as mais comuns, existem outras formas de recompensa, como:

  • Proporcional (PROP): após o término do bloco, os usuários são recompensados proporcionalmente ao número de ações que possui na pool e ao total de ações na criptomoeda;
  • Pagamento Máximo Compartilhado por Ação (SMPPS): a recompensa é semelhante ao PPS, porém há um limite do pagamento ao número máximo que a pool ganhou;
  • Pagamento Máximo Compartilhado Equalizado (ESMPPS): todos os usuários recebem partes iguais seguindo a regra estipulada.

Quais as vantagens e desvantagens de uma pool de mineração?

A principal vantagem de uma pool de mineração é o fato de ela facilitar o trabalho dos mineradores, aumentando as chances de lucros dos participantes. Afinal, minerar individualmente poderia custar muito mais tempo e energia para alcançar os mesmos resultados ofertados pela pool.

Além disso, todos os mineradores que participam da pool recebem lucros. Ninguém fica sem receber, mesmo que o lucro seja pequeno.

A desvantagem, contudo, é que você precisará confiar em uma organização centralizada. Os administradores da pool podem modificar as ações e as formas de recompensa e ficarem com as recompensas todas para eles. Um fato que já ocorreu com algumas pools, como a 50BTC e a BTC Guild.

Com maiores chances de lucro para todos os participantes, uma pool de mineração pode ser uma ótima opção tanto do ponto de vista operacional, quanto nos gastos dos recursos exigidos no processo.

Como escolher a melhor pool de mineração?

Para não sofrer com os problemas que citamos no tópico anterior, é preciso escolher muito bem uma pool de mineração. Nós separamos as principais dicas de pontos que você deve se atentar antes de escolher por uma pool. São elas:

1) verificar a compatibilidade da estrutura, garantindo que o aparelho que você tem para minerar é aceito pela pool, incluindo o software de mineração. Também pode ser exigida uma velocidade mínima da ligação ao servidor, relacionada à capacidade e velocidade da sua internet;

2) analisar os mecanismos de atribuição de tarefas, ou seja, os métodos usados para atribuir trabalho aos mineradores;

3) verificar a transparência nas operações, assegurando a confiança dos membros;

4) analisar a estabilidade e a robustez da pool em relação a sua segurança, por exemplo se oferece uma conexão segura, se não é vulnerável a ataques DDoS, como a pool se defende e se recupera de hackers etc.;

5) o feedback dos mineradores sobre a pool. Em geral, pools com mais mineradores indicam uma confiança maior dessas pessoas na pool;

6) analisar as taxas cobradas, como a taxa de saque, e também o valor mínimo de saque;

7) conferir qual é o tempo de resposta e a estabilidade da conexão.

Quais as melhores pools de mineração?

Atualmente, as maiores pools de mineração são:

  • AntPool, considerada a maior pool de mineração de Bitcoin em termos de potência de hashrate, com uma base de operações situada na China e controlada pelo fabricante da ASIC Bitmain. Além de Bitcoin, oferece pools para outras criptos, como Ethereum, Bitcoin Cash, Litecoin, Ethereum Classic, Zcash, Dash, Siacoin, Monero Classic e Bitom;
  • Nanopool, uma das maiores pools de Ethereum e uma alternativa para a mineração de altcoins populares. Os servidores estão distribuídos por todo o mundo. Entre as criptos suportadas estão: Ethereum, Ethereum Classic, Zcash, Monero, Siacoin, Raven, Grin, Pascal e Electroneum;
  • F2Pool, outra importante pool de Bitcoin situada na China, lançada em 2013. Na comunidade, ela também é conhecida como “Discus Fish mining pool”. Entre as criptos estão: Bitcoin, Ether, Litecoin, Zcash, Ethereum Classic, Siacoin, Dash, Monero, Monero Classic, Decred, Zcoin e Verge.