O setor DeSci é um movimento dentro das novas comunidades digitais relacionadas ao ecossistema cripto composto por profissionais da ciência e da medicina que buscam uma alternativa à forma como, atualmente, o conhecimento científico e os seus frutos são financiados e divulgados na sociedade. A sua proposta é que os desenvolvimentos das áreas da saúde e da ciência devem ser mais acessíveis ao público em geral e realizados de maneira mais transparente.
Muitas das ideias por trás desta corrente vêm do movimento Open Science ("Ciência Aberta") que, de mãos dadas com a tecnologia blockchain, está se abrindo para novas possibilidades.
Quais problemas o DeSci enfrenta?
No cenário atual, grande parte dos avanços da ciência e da saúde ocorrem por conta de estudos privados que são financiados por corporações que mantêm as patentes e exploram comercialmente os remédios, tratamentos, as máquinas e invenções por elas protegidos. Além de que o investimento privado não é incentivado, a contribuição filantrópica é quase inexistente, e, em tempos de crise, o campo científico é uma das primeiras áreas onde os Estados cortam recursos.
Como as grandes corporações são quase as únicas com capacidade para realizar pesquisas de desenvolvimento, estas são realizadas com pouca intervenção da sociedade e de outros atores da comunidade científica, o que gera problemas de confiança nos resultados, dificuldades em reproduzi-los e falta de clareza em relação às suas aplicações.
Esses problemas também aparecem no campo da publicação científica, uma indústria dominada por um pequeno número de editores que não só não pagam os pesquisadores e revisores por seus trabalhos, como também cobra valores altos deles e de quem deseja acessar as publicações.
A alternativa proposta por DeSci
O ecossistema DeSci busca gerar uma infraestrutura pública, aberta e descentralizada que permita tanto a publicação, revisão e a divulgação de projetos de pesquisa, quanto também o seu financiamento por meio da tokenização e venda da propriedade intelectual por eles gerada.
Os incentivos para isso são claros. No primeiro caso, os pesquisadores podem compartilhar as suas descobertas de forma muito mais aberta e quase sem custos, podendo até receber financiamento por meio de doações. Por sua vez, quem quiser acessar os seus artigos, que estão hospedados em bases de dados descentralizadas, poderá fazê-lo gratuitamente ou por um baixo custo.
No segundo caso, os pesquisadores que buscam financiamento para os seus trabalhos podem acessar um universo de investidores que vai além de Estados e corporações, incluindo pessoas físicas e DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas). Além disso, o processo de financiamento é muito mais transparente e direto.
Assim, conceitos e ferramentas do mundo Web3 — como as finanças descentralizadas (DeFi), NFTs, DAOs e bancos de dados descentralizados — são colocados a serviço do desenvolvimento da ciência, oferecendo possibilidades até então inexistentes.
Projetos do ecossistema DeSci
Por sua natureza, um sistema científico descentralizado requer uma infraestrutura tecnológica robusta, segura, estável, com baixo custo operacional e bons tempos de resposta, além de uma crescente e ativa comunidade de desenvolvedores e criadores de aplicações. Ambas as condições são atendidas pelas redes Ethereum e Polygon, que rapidamente se posicionaram como as redes mais escolhidas pela comunidade e pelos projetos DeSci.
Alguns dos projetos mais representativos do atual ecossistema DeSci são:
- Molecule: "o futuro da medicina é de todos nós", segundo o lema desta plataforma de financiamento de projetos de investigação em ciência e medicina que já ajudou a financiar mais de 250 estudos ao converter a propriedade intelectual derivada em NFTs;
- VitaDAO: uma DAO que aplica as ferramentas criadas pela Molecule para investir coletivamente em pesquisas relacionadas à longevidade;
- LabDAO: comunidade distribuída que busca estabelecer uma rede de laboratórios e centros de testes gerenciados coletivamente para baratear e tornar mais rápida a produção de conhecimento científico.
Esses são alguns projetos e experiências que você pode explorar com Ripio Portal, a primeira carteira Web3 da América Latina, que possui integração com as redes Polygon, Ethereum e BNB Chain e permite que você utilize todas as aplicações baseadas nestas redes e realize transações com vários tokens.