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Volume negociado no OpenSea despenca: é o fim dos NFTs?

Volume negociado no OpenSea despenca: é o fim dos NFTs?

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Luana Miyuki
Content Analyst
10/10/22

NFT (token não-fungível) é um criptoativo único, registrado na blockchain das criptomoedas. Ele pode ser utilizado, por exemplo, para registrar a posse de determinado bem (físico ou digital) ou para identificar clientes, mas sem expor os seus dados pessoais.

O OpenSea é o maior marketplace de NFTs e iniciou as suas operações em 2018. Essa plataforma ganhou fama ao facilitar o acesso ao mercado de NFTs, oferecendo uma forma simples e prática para a exposição e a venda desse conteúdo digital.

Após atingir um pico no número de usuários ativos e de volume de negociação em janeiro de 2022, a plataforma observou um declínio de 95% na sua atividade. Excluindo algumas poucas coleções consagradas que sustentaram preços de dezenas de milhares de dólares, o restante colapsou. Seria esse o fim dos NFTs?

Qual a importância do OpenSea?

De fato, o OpenSea é apenas um dos 50 marketplaces de negociação de NFT existentes, mas por ter inovado nesse segmento, atraiu um grande número de coleções exclusivas em sua plataforma.

Fonte: OpenSea

A empresa por trás dessa rede de smart contracts (contratos inteligentes), um sistema automatizado para intermediação de negócios, captou mais de US$ 425 milhões. Os aportes da a16z, Coinbase Ventures, Y Combinator e da Dapper Labs foram fundamentais para atingir essa escala.

No auge, a plataforma chegou a intermediar US$ 6 bilhões por mês, e até hoje possui mais de 2 milhões de coleções listadas, incluindo as consagradas Bored Ape Yacht Club (BAYC), Y00ts, Otherdeed, Cryptopunks e Clone X.

Com uma fatia de mercado que supera os 50%, especialmente na rede Ethereum, o OpenSea se consagrou como a plataforma predileta para os lançamentos de grandes coleções. O site se divide entre artes digitais, música, cards colecionáveis, NFTs de utilidade, registro de domínios, esporte e metaverso.

Quando começou a queda dos NFTs?

Curiosamente, o pico de volume ocorreu quando o astro de futebol Neymar Jr. investiu US$ 1,1 milhão para comprar duas artes digitais da coleção Bored Apes, em 21 de janeiro de 2022. 

Agora é possível comprar NFTs similares aos que o jogador comprou por US$ 120 mil, sendo importante frisar que os registros digitais adquiridos por ele são únicos. Desse modo, seria incorreto afirmar que perderam 78% de seu valor no período.

A análise mais justa e imparcial é sobre o volume total negociado na plataforma OpenSea, que apresentou recuo de 95% ante o pico. A coleção Clone X, por exemplo, chegou a atingir uma média de US$ 80 mil por cada NFT, mas, atualmente, é negociada por US$ 9 mil.

NFTs além da arte digital

Embora o uso da tecnologia tenha ganhado os holofotes por conta da arte digital, o NFT vai muito além disso. Por exemplo, a Funko, marca de varejo de cultura pop, firmou parceria com a DC Comics para oferecer uma revista em quadrinhos física e itens digitais colecionáveis em NFT.

Já a marca de vestuário brasileira Reserva anunciou a criação de um NFT relacionado a um tênis real, que pode ficar guardado até 2030, caso o colecionador preferir. A marca irá lançar em outubro a versão do tênis esportivo que agora integra o mundo físico e digital (no metaverso).

O universo dos jogos é outra área que está começando a ser explorada pelos tokens não-fungíveis. Recentemente, a criadora do jogo Fornite listou o jogo Blankos Block Party, que usa NFTs para representar itens exclusivos, como roupas e acessórios dos avatares.

Será o fim do mercado de NFTs no OpenSea?

Considerando o número de endereços ativos nos maiores marketplaces de NFTs, que ultrapassam os 300 mil por mês, temos a certeza de que este mercado não irá desaparecer. Dito isso, é impossível prever quais coleções vão continuar conquistando adeptos e atingindo valores milionários.

É normal que os mercados inovadores passem por ciclos, mas julgando pela qualidade das empresas responsáveis pelos lançamentos e projetos, podemos afirmar que o setor irá seguir em franco crescimento.

O próprio modelo de lançamento dos NFTs é discutido, pois existe a questão dos direitos autorais das obras e o uso de robôs (bots), o que acaba dificultando a entrada de novos interessados. Caberá aos usuários decidir qual plataforma oferece a melhor experiência de uso, porém, o setor continua muito promissor.

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