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Você precisa entender que o mercado cripto mudou…

Você precisa entender que o mercado cripto mudou…

O ciclo de 2025 chegou, mas a altseason clássica ficou no passado.

Rodrigo Cacioli
Content Creator
24/4/25

O mercado cripto está em um novo ciclo de alta, com o Bitcoin superando os US$ 85 mil e atraindo uma nova onda de investidores.
Mas uma coisa está incomodando muita gente: por que as altcoins não estão acompanhando esse movimento?

Diferente de ciclos anteriores, não estamos vendo aquela famosa “altseason”, onde praticamente todos os tokens sobem juntos. Em vez disso, vemos alguns poucos setores com forte valorização, enquanto a maioria das altcoins simplesmente não decola — e muitas até caem.

Esse comportamento não é um acaso. Ele é reflexo de mudanças profundas na estrutura do mercado cripto. E entender isso é fundamental para não perder dinheiro neste ciclo.
Vamos explicar o que está acontecendo.


1. O número de tokens explodiu
Vamos começar com um dado chocante: em 2017, existiam menos de 3.000 tokens. Em 2021, esse número subiu para cerca de 440.000.

Hoje, em abril de 2025, estima-se que existam mais de 37 milhões de tokens, e alguns analistas projetam que ultrapassaremos os 100 milhões ainda este ano.
Isso não significa que todos esses tokens são relevantes ou têm volume. Mas eles existem, estão nas exchanges descentralizadas, nas carteiras de investidores, e estão competindo pela sua atenção e pelo seu dinheiro.

É como se o mercado, que antes parecia um shopping com poucas lojas, hoje tivesse virado uma feira de rua com milhões de barracas — e a maioria sem produto, sem diferencial e sem cliente.

A consequência é clara: ninguém consegue acompanhar tudo. E o dinheiro, que já é limitado, não consegue se espalhar para tantos lugares ao mesmo tempo.


2. O problema da fragmentação de liquidez
Com esse mar de tokens sendo criado diariamente, a liquidez — ou seja, o volume de negociação real — está completamente diluída.

Em ciclos anteriores, era comum ver centenas de altcoins subindo juntas. O capital fluía com facilidade e os investidores se espalhavam entre os projetos, mesmo os de menor porte.

Hoje, isso é praticamente impossível. Os grandes fluxos estão concentrados em poucos tokens relevantes, com alta liquidez e inseridos em narrativas fortes.

As altcoins menores, com pouca tração, acabam esquecidas. Sem liquidez, essas moedas ficam estagnadas ou sofrem quedas abruptas com qualquer venda um pouco maior.
Isso significa que o critério do investidor mudou. Ele não vai mais sair comprando qualquer altcoin só porque “ela caiu demais”. Hoje, o mercado cobra clareza, utilidade, comunidade e volume.


3. Por que tantos tokens estão sendo criados?

Existem vários fatores impulsionando essa explosão de novos tokens. A maioria tem a ver com o avanço da tecnologia e a popularização das plataformas de criação.

🧠 Inteligência artificial:
Ferramentas como o ChatGPT, GitHub Copilot e outras soluções no-code permitem que qualquer pessoa com um celular consiga criar um token em minutos.
Antes, isso exigia conhecimento técnico. Agora, é plug-and-play. Em alguns casos, o criador nem precisa pagar taxa de rede — plataformas como Pump.fun automatizaram tudo.

🔧 Plataformas mais acessíveis:
Redes como Solana, Base, Polygon e Arbitrum tornaram barato, rápido e fácil lançar tokens.
Junte isso a DEXs como Uniswap, que permitem listar qualquer token com um clique, e você tem o cenário perfeito para o nascimento de milhões de moedas... a maioria sem propósito.

🌎 Tokenização de ativos reais (RWAs):
Do outro lado, temos a proliferação de tokens ligados a ativos reais: imóveis, fundos, precatórios, ações tokenizadas, etc.
Esse movimento é legítimo e vem crescendo rápido — só em 2024, o mercado de RWAs tokenizados ultrapassou US$ 6 bilhões.
Mas isso também aumenta o número de tokens em circulação, mesmo que com objetivos diferentes.

😂 Cultura das memecoins:
Por fim, temos o lado mais especulativo: os memes.
Em março de 2024, foram lançados mais de 195.000 tokens em um único mês, grande parte deles memecoins.
Cada novo meme, fala de político ou evento global vira uma moeda. E essas moedas, mesmo sem valor real, sugam liquidez do mercado por alguns dias... antes de desaparecerem.

4. Por que a altseason ainda não chegou?
Essa é a pergunta que não quer calar.

O Bitcoin já fez nova máxima. Mas onde estão aquelas subidas generalizadas das altcoins?

A resposta está no novo contexto que explicamos acima.
Com tanta oferta e tanta competição, não existe mais capital suficiente para puxar “todo mundo” ao mesmo tempo.

Hoje, o mercado escolhe narrativas específicas e despeja ali o seu capital.
Foi assim com os tokens de IA como NEAR, TAO, FET. Foi assim com RWAs como ONDO e PENDLE. Foi assim com DePIN como HNT. Mas o restante do mercado… ficou pra trás.

Ou seja: não espere uma altseason igual à de 2021. Ela provavelmente não virá. O que veremos são altseasons nichadas, por narrativa.


5. O investidor precisa evoluir
Se antes bastava “comprar altcoins e esperar”, hoje isso virou receita pra perder dinheiro.

O investidor de 2025 precisa:

✅ Estudar as narrativas
✅ Analisar a liquidez de cada token
✅ Fugir de moedas com supply centralizado
✅ Observar volume e interesse institucional
✅ Ficar de olho em tokens com comunidade real e usabilidade
A margem para erro está menor, e os tokens “promissores” de hoje podem virar poeira amanhã.


6. Conclusão
2025 está mostrando que o mundo cripto está mais profissional, mais competitivo e menos paciente com projetos fracos.

O que era um “oceano azul” em 2017, virou um mar saturado em 2025.

Sim, o ciclo de alta está em andamento. Mas isso não significa que tudo vai subir.

O investidor que continuar com a mentalidade dos ciclos antigos pode sair muito frustrado. Por isso, informação é o seu melhor investimento. E a capacidade de escolher bem é mais valiosa do que nunca.

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