Todo mundo sabe que o mercado de criptomoedas é marcado pela volatilidade. Esse é o principal fator de insegurança dos investidores. Para solucionar esse problema e garantir estabilidade, em 2014 foi criada a Tether (USDT), criptoativo vinculada ao dólar americano na proporção de 1 para 1. Atualmente, a moeda é muito utilizada e possui a terceira maior capitalização de mercado, abaixo apenas do Bitcoin (BTC) e do Ether (ETH).
O que é uma stablecoin?
Stablecoins são lastreadas em moedas fiduciárias, como o dólar e a libra, ou até mesmo metais, como ouro ou prata. As principais stables são a Tether, Paxos e a USD Coin. Vale ressaltar que elas são bem diferentes de outras cripto, como o Bitcoin, o Ether ou o Polkadot, que variam de acordo com o mercado de criptomoedas.
Esse tipo de cripto é muito utilizado por traders quando ocorre uma queda brusca no mercado. Nesse caso, o trader pode imediatamente passar seus ativos para uma stablecoin e ter os recursos aplicados em uma moeda estável.
Além disso, são comuns em transações internacionais, pois proporcionam a comodidade de uma carteira digital sem as taxas administrativas, de conversão ou o IOF que teriam as transações via bancos tradicionais. Também estão bastante presentes na carteira de quem faz arbitragem, ou seja, compra barato em uma plataforma e vende mais caro em outra para ganhar com a diferença na cotação.
Como surgiu a Tether?
Em 2012, propondo a criação de novas moedas a partir do protocolo do Bitcoin, alguns empresários criaram o Mastercoin, que foi a base do que viria a se tornar a Tether. Em 2014, três membros desse projeto iniciaram sua própria startup, a Realcoin, que utilizava a mesma camada de tokenização do Bitcoin, chamada de OMNI. No fim daquele ano, a Realcoin passou a se chamar Tether, cujo nome faz referência à sua ligação (tether) à sua moeda fiduciária, o dólar.
Originalmente, os tokens foram emitidos na blockchain do Bitcoin pela plataforma Omni, mas, depois, passaram a ser trabalhados também em outras blockchains. Conforme a descrição da empresa, cada Tether Coin está amparado pelos fundos da empresa, que garantem que 1 USDT equivale a 1 USD.
Como funciona a USDT?
Um dos motivos pelos quais os investidores escolhem a Tether é porque ela não é influenciada pelo mercado de criptomoedas, e sim pelo dólar. Isso significa que os investidores poderão comprar e vender sem que haja grandes mudanças no preço, que é uma característica do mercado cripto.
Na prática, o investidor que aplica 100 dólares ganha 100 tokens Tether. Os 100 dólares aplicados ficam retidos nas reservas da empresa Tether Limited até que o investidor deseje descontar os seus 100 tokens e receber os 100 dólares de volta. A rigor, os tokens Tether devolvidos seriam destruídos de modo que suas reservas da empresa sempre tenham a mesma quantidade de dólares (USD) que a de USDT que está no mercado. Ou seja: se existe 1 milhão de USDT vendidos no mercado, a reserva da empresa tem 1 milhão de sua moeda fiduciária, o dólar. Em tese, deveria ser assim.
O criptoativo, contudo, gera insegurança ao não deixar claro se a empresa teria dólares suficientes em suas reservas caso todos os investidores desejassem trocar seus tokens. Isso acontece em função de sua alta capitalização de mercado - cerca de US$ 80 bilhões -, o que faz com que surja a pergunta: será que ela possui todo esse dinheiro em sua reserva? Como a Tether Limited não está nos Estados Unidos, não é regulada pela lei americana. Além disso, ela nunca passou por uma auditoria formal, aumentando ainda mais a insegurança.
Especificidades da Tether
Atualmente, Tether pode ser encontrado em diversos blockchains: Omni-bitcoin, Ethereum, EOS e Tron. A diferença entre eles tem a ver com as características de cada um.
Por exemplo, alguns investidores preferem a versão Omni do Tether em função da máxima segurança e imutabilidade que a plataforma fornece. Outros podem preferir tokens Tether da ERC-20, isto é, que seguem as especificações da Ethereum, porque eles podem ser usados em DeFi como um rendimento passivo ou staking.
Na plataforma Omni, o Tether funciona em três camadas. Vamos conhecer?
● A camada-base é formada pelo blockchain Bitcoin, que funciona como registro de transações e executa o algoritmo de consenso.
● A segunda camada é a Omni, usada para criar e destruir cada Tether, bem como localizar e registrar os tokens que estão em circulação. Essa camada também permite que os usuários armazenem e enviem os tokens de forma segura.
● A última camada é a da própria empresa, Tether Limited, que gerencia os depósitos e os saques em dinheiro dos fundos da empresa.
Vale a pena investir em Tether?
E então, levando em conta esses fatores, será que vale a pena investir em USDT? Depende. O mercado já assimilou que a Tether não irá falir ou fechar as portas nos próximos anos, até porque já está há mais de cinco anos no mercado. Sendo assim, o investidor deve pensar em sua necessidade operacional para acrescentar essa opção em sua carteira. Como já pontuamos anteriormente, a Tether é uma ótima opção para traders, transações internacionais e arbitragem devido à sua estabilidade de preço.