A mineração de criptomoedas é um assunto que usualmente desperta interesse dos investidores. Afinal, o sonho de comprar uma máquina que gera dinheiro é tentador, especialmente quando a cotação dessa moeda virtual pode valorizar rapidamente.
O que poucos sabem é que este processo ganhou escala industrial nos últimos anos, tornando-se um sistema doméstico pouco rentável, especialmente nos países com o valor da energia elétrica relativamente mais alto.
Quer entender se vale a pena minerar criptomoedas no Brasil utilizando as placas de vídeo GPU e saber qual o retorno esperado deste investimento? Acompanhe o texto.
O que é minerar com placa de vídeo GPU?
A mineração de criptomoedas é o processo de tentativa e erro para encontrar um código (hash) que encaixa um novo bloco de informações em um livro-registro compartilhado — a blockchain.
Basicamente, os mineradores competem na busca por uma solução matemática, que é composta por uma sequência de letras e números que serve para validar cada registro nesse banco de dados público. Este trabalho é recompensado com novas moedas, portanto, existe um incentivo monetário.
Algumas criptomoedas apresentam algoritmos que tornam a busca do hash mais eficiente utilizando o processador CPU dos computadores, enquanto outras oferecem um retorno melhor utilizando placas gráficas GPU.
As GPU são as placas de vídeo NVIDIA GeForce ou AMD Radeon, as mesmas utilizadas pelos gamers. Mas, em resumo, um computador doméstico com uma fonte de energia potente também consegue minerar criptomoedas.
Quanto custa uma placa de vídeo para minerar?
Partindo do princípio que você já dispõe de um computador com uma fonte de energia de 500 watts ou superior, o custo de uma placa de vídeo GPU, no Brasil, varia entre R$ 2.300 a R$ 8.000 para os modelos mais atuais.
Sem dúvidas, é possível minerar criptomoedas com modelos mais antigos, porém, dificilmente a renda obtida na operação será suficiente para cobrir os custos, já que além do custo de aquisição do equipamento, deve-se considerar também o gasto de energia elétrica.
Qual o retorno projetado da mineração com placas GPU?
Vamos utilizar como exemplo a placa de vídeo NVIDIA GeForce RTX 3070 Ti, um modelo facilmente encontrado nas lojas brasileiras. Dentre as moedas com melhor rentabilidade, encontramos Ravencoin (RVN) e Ergo (ERG), ambas oferecendo um ganho mensal bruto projetado em R$ 40.
O problema dessa conta é o gasto de energia elétrica da placa de vídeo GPU em questão, porque o seu uso residencial acrescentaria R$ 70 por mês na conta de luz. Desse modo, o resultado líquido da operação é deficitário, exceto se o usuário dispor de uma energia elétrica de baixo custo.
Quais as melhores placas de vídeo para minerar?
Dentre as placas de vídeo GPU disponíveis no mercado com melhor custo-benefício destacam-se os modelos RX 6700 (R$ 3.700), RX 6800 (R$ 5.000), além da NVIDIA GeForce RTX 3070 (R$ 3.600).
O poder de mineração varia conforme o algoritmo de cada criptomoeda, e isso é alterado regularmente conforme o número de mineradores ativos. No início de novembro de 2022, o hashrate (número de tentativas por segundo) dessas placas de vídeo acima era de 62 MH/s na Ethereum POW e Classic (ETHW e ETC), 1 kh/s na Monero (XMR), 31 MH/s na Ravencoin (RVN) e 170 MH/s na Ergo (ERG).
O ponto de equilíbrio para compensar a energia elétrica é de R$ 40 de gasto mensal, o equivalente a uma tarifa de R$ 0,32 máxima por Kw/h, incluindo encargos.
Compensa minerar no Brasil usando placa de vídeo?
Não, a mineração de criptomoedas no Brasil com placas de vídeo GPU dificilmente compensa. O elevado custo da energia elétrica torna a operação pouco rentável, especialmente quando se acrescenta o custo de investimento no equipamento, além dos impostos de importação das placas de vídeo.
Outra questão são as máquinas ASIC projetadas exclusivamente para essa finalidade. Apesar do custo mais elevado, o seu poder de mineração é entre 15 a 80 vezes maior.
No entanto, o valor de uma mineradora profissional ASIC, sem incluir os impostos de importação, é de R$ 15.750. Outro aspecto que deve ser considerado é que o seu consumo de energia é 10 vezes maior, tornando ainda mais essencial um baixo custo de eletricidade.
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