Pode parecer surreal que no meio de um inverno cripto existem empresas captando centenas de milhares de dólares para projetos que, em sua maioria, ainda estão no papel. Só nas duas primeiras semanas de setembro, foram US$ 750 milhões levantados por 20 projetos.
O segredo? A Web3 — as aplicações descentralizadas que replicam os serviços de tecnologia e entretenimento utilizando a tecnologia das criptomoedas. Isso garante ao usuário total controle sobre os seus dados, incluindo os ativos digitais de jogos e o conteúdo nas redes sociais.
Repare acima, nos dados extraídos do site CryptoFundraising, como as grandes incubadoras e aceleradoras especializadas em projetos de blockchain e ativos digitais seguem com grande interesse no setor de Web3, independente das condições de mercado.
O que é Web 3.0 ou Web3?
A Web 2.0 é a fase da internet que surgiu com os navegadores de internet na década de 1990 oferecendo comunicação unidirecional. As páginas ficam hospedadas em servidores e o usuário tem apenas uma voz passiva, recebendo as informações conforme clicar nos links.
Os anos 2000 marcaram uma mudança nessa forma de comunicação com as redes sociais e os mecanismos de busca customizados. Desse modo, cada usuário passou a ter uma experiência única ao visitar o mesmo site que outras pessoas também acessam. Essa customização se baseia em registros centralizados, que ficam armazenados nos bancos de dados de cada empresa participante.
A Web 3.0, ou Web3, se aproveita do registro descentralizado (banco de dados blockchain), onde o usuário é o dono das informações, evitando compartilhá-las com essas empresas (lojas online e redes sociais, por exemplo). Na prática, seu endereço no blockchain é suficiente para acessar serviços de forma descentralizada.
O que são serviços descentralizados?
Quando você utiliza um aplicativo de entrega, está confiando seus dados (nome, endereço, e-mail, CPF, cartão de crédito) para a empresa.
Os serviços descentralizados trazem uma vantagem na questão da privacidade, evitando que essas informações sigilosas sejam compartilhadas e armazenadas nos servidores de intermediários. Além disso, impede a censura, o bloqueio da prestação de serviços por conta da nacionalidade ou da inclinação política de determinada pessoa, por exemplo.
Mesmo quando uma entrega física é realizada, o provedor de serviço na Web3 apenas intermedia a negociação. Somente o entregador ou o motorista recebe o nome e o endereço do cliente final.
Quem é o dono de uma empresa descentralizada?
As organizações descentralizadas autônomas (DAOs) são controladas pela própria comunidade através de mecanismos de votação. A emissão de criptoativos (tokens) ajuda a organizar esse consenso, porém essa não é uma medida obrigatória.
Um exemplo concreto é a MakerDAO, responsável pela stablecoin DAI. A empresa conta com funcionários e possui, inclusive, uma tesouraria (banco) própria, com pagamento de folha e prestadores de serviços. No entanto, os donos desse empreendimento são os detentores do criptoativo Maker (MKR).
De fato, a regulação na maioria dos países não permite a distribuição de lucros na forma de dividendos para os detentores de tokens de governança das empresas descentralizadas. Desse modo, a única forma de lucrar diretamente é através do staking, o depósito remunerado do criptoativo de governança.
Web3 e metaverso são a mesma coisa?
Não. O metaverso é uma aplicação da Web3, uma convergência entre rede social, serviços financeiros, trabalho remoto, jogos e experiências imersivas.
Nada impede uma empresa, como a Meta (Facebook), por exemplo, de construir o seu próprio metaverso sem o uso da tecnologia blockchain ou dos mecanismos que dão autonomia e privacidade ao usuário.
Como investir em empresas de Web3?
Uma maneira de investir em empresas de Web3 é comprando ações na Bolsa de Valores das empresas que trabalham nesse ecossistema, seja desenvolvendo infraestrutura ou criando suas próprias aplicações descentralizadas.
Dentre as opções frequentemente citadas por analistas estão Roblox (RBLX), Take Two Interactive Software (TTWO), NVidia Corp (NVDA), Meta Platforms (META) e Vuzix (VUZI).
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