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Evergrande. Mercado chinês pode derrubar Bitcoin e criptomoedas?

Evergrande. Mercado chinês pode derrubar Bitcoin e criptomoedas?

Evergrande. Mercado chinês pode derrubar Bitcoin e criptomoedas?

Mitie Okabayashi
Global Content Strategist
23/9/22

A segunda maior incorporadora imobiliária da China encontra-se em dificuldades financeiras após não quitar os juros de sua dívida em dólar.

O montante total emitido pela Evergrande? 300 bilhões de dólares. O grupo é dono de um time e uma enorme escola de futebol, estádios, e, acredite, uma fabricante de automóveis elétricos.

Neste cenário de risco de contágio, os investidores questionam se o Bitcoin e as criptomoedas conseguem sobreviver a um choque deste potencial.

Qual o tamanho da Evergrande?

Trata-se de uma das 500 maiores empresas do mundo, empregando mais de 200 mil pessoas, e responsável por 3,8 milhões de empregos indiretos.

Seus projetos imobiliários se estendem por 280 cidades na China, porém os investimentos da Evergrande são diversos, incluindo água mineral engarrafada, seguradora de vida, produção de alimentos e bebidas, além de arenas esportivas, e um gigantesco parque de diversão.

Mark Williams, economista-chefe da região para a Capital Economic, afirma que a origem do problema da Evergrande, e das demais incorporadoras altamente endividadas, é o início de uma era de queda de preços de imóveis.

Basta vender ativos para cobrir a dívida?

No curto e médio prazo, sim. A empresa colocou à venda o prédio onde fica sua sede em Hong Kong, adquirida por 1,6 bilhão de dólares em 2015. As obras do maior estádio de futebol do mundo vão consumir um total de 1,7 bilhão de dólares.

De fato, a empresa possui muitos ativos, porém não são líquidos, ou seja, não podem ser convertidos em dinheiro de forma imediata. Além disso, muitos projetos estão em andamento, fazendo com que a ação desabasse 85% na bolsa de Hong Kong só em 2021.

A fatia 50% na seguradora de vida deve atingir 600 milhões de dólares, embora a empresa não apresente um balanço de risco saudável.

O contágio da dívida pode derrubar os bancos?

Sim, sem dúvidas os bancos chineses podem colapsar caso a Evergrande sofra uma intervenção ou entre em processo de falência.

O Banco Central da China informou em 27/Set que vai trabalhar para resguardar o mercado de incorporadoras imobiliárias, protegendo os compradores finais.

Além disso, a instituição monetária prometeu continuar com sua política de juros baixos, e intervenções periódicas na injeção de liquidez.

Como o Bitcoin é afetado pela Evergrande?

Quando os investidores encontram incertezas nos mercados, a exemplo do que passamos em março de 2020, quando o contrato de petróleo futuro entrou no território negativo pela primeira vez na história, ocorre um movimento de “busca por segurança.”

Ao contrário do que se imagina, não existe uma corrida por bons ativos, sejam eles escassos e/ou pagadores de dividendos. O mercado busca liquidez, a “segurança” do dólar, Euro, e títulos de dívida dos governos.

Portanto, se a história se repetir, ao menos num primeiro momento, ocorre uma pressão vendedora muito forte em todas as classes de ativos de risco, que incluem renda variável e criptomoedas.

O Bitcoin é ou não um ativo de proteção?

Primeiramente, o Bitcoin possui “apenas” 12 anos de vida, portanto não existia durante a crise de 2007/8. Em seguida, isso depende do horizonte de análise, pois a queda de 53% em 13 de março de 2020 foi reduzida pela metade em apenas 1 semana.

Não obstante, 50 dias após o evento o mercado já se encontrava 12% acima do patamar anterior, quando o Bitcoin retomou os 9 mil dólares. É provável que algum investidor tenha comprado cerca de 20 mil dólares no pico do final de 2017, ou 60 mil dólares em abril de 2021.

No entanto, isso não significa que o Bitcoin deixa de ser um ativo de proteção, até porque historicamente, sua escassez e impossibilidade de ser censurado tem se mostrado vantajosa em períodos de impressão desenfreada de dinheiro.

Pra quanto pode cair o Bitcoin em uma crise?

Não é possível estimar, pois a cotação do Bitcoin é calculada exclusivamente pelas moedas disponíveis para negociação nas exchanges. Ou seja, a BitcoinTrade apenas facilita a negociação, organizando um livro de ofertas entre compradores e vendedores interessados.

Por este motivo, recomendamos que os clientes realizem aportes regulares, buscando um preço médio ao longo de vários meses. Para aqueles que gostam do trade, é indicado manter uma carteira separada com uma posição de longo prazo.

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