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ETF de criptomoedas: como funciona e dicas para investir

ETF de criptomoedas: como funciona e dicas para investir

Descubra o que é um ETF de Criptomoedas, quais são os principais e como investir

Luana Miyuki
Content Analyst
5/12/22

Quando o assunto é renda variável, as ações negociadas na bolsa de valores ainda são protagonistas no mercado, mas não estão mais “só” na preferência dos brasileiros. Isso porque as criptos vêm ganhando cada vez mais adeptos, e uma forma de começar a investir nesses ativos é por meio de um ETF de criptomoedas

Para além da compra direta de uma criptomoeda – por meio de uma exchange confiável –, o investidor também pode explorar o universo cripto de forma indireta. Esse é o papel dos “Exchange-Traded Funds” ou, em português, “Fundos de Índice”, que são negociados pela B3 no Brasil.

As cotas de ETFs replicam a movimentação de ações pertencentes a um índice específico, e no caso das criptomoedas não poderia ser diferente. Quer conhecer um pouco mais sobre essa modalidade de investimento? Confira a seguir!

Afinal, o que é um ETF de criptomoedas?

Os ETFs são fundos de renda variável negociados diretamente pelas bolsas de valores globais. A compra e venda desses ativos é feita da mesma forma que em outras categorias, como ações, fundos imobiliários e demais ativos voláteis. 

No contexto das criptos, significa um investimento com exposição a determinadas moedas – e não a compra direta do ativo digital. Para investir em ETF de criptomoedas ou de outra categoria, você precisa seguir os ritos de um pregão convencional, que atende a horários específicos e exige acesso a um home broker da corretora de valores de sua preferência.

Como os ETFs funcionam?

Assim como outros ativos de renda variável negociados em bolsa, os fundos de índices se utilizam de recursos dos investidores para negociar os ativos à vista. Entretanto, em vez de investir em um ativo de uma só empresa, você investe em um conjunto de ativos atrelados a um índice.

O objetivo do ETF é replicar um índice para que o investidor possa diversificar a carteira em várias ações de uma vez só. No ramo das criptomoedas, os ETFs acompanham os índices relacionados aos principais criptoativos (como Bitcoin, Ethereum, Litecoin) ou mesmo de vários ao mesmo tempo.

Um ETF de criptomoedas é uma forma de investir em Bitcoin ou outros ativos de forma indireta, podendo ser uma boa opção para quem é iniciante na área e deseja diversificar a carteira. Entretanto, é preciso se atentar para as regras próprias dessa categoria, além de cobranças adicionais de taxas e encargos.

Regulamentação dos ETFs no Brasil

O fato de as criptomoedas não serem regulamentadas pode afastar a busca por investidores iniciantes, e por isso os ETFs surgem como alternativa para quem deseja explorar o universo cripto. Isso porque, diferentemente da compra direta de criptoativos, o investimento por meio de ETFs é regulamentado no país.

Os ETFs de Bitcoin e altcoins, assim como demais fundos do tipo, são amparados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e seguem regras específicas da categoria. Investir por meio deles, portanto, gera maior segurança jurídica para quem se sente inseguro com a negociação direta. 

Os 5 principais ETFs de criptomoedas negociados na B3

A procura por investimentos criptos incentivou a criação de diversos ETFs voltados para a área, prova disso é a quantidade de fundos na bolsa de valores brasileira – atualmente, são cinco disponibilizados. Conheça mais sobre cada um deles: 

  • BITH11: fundo criado e administrado pela gestora Hashdex composto por 95% de Bitcoin e atrelado ao índice Nasdaq Bitcoin Reference. Acompanha o valor do Bitcoin em dólar;
  • ETHE11: também criado pela Hashdex, tem a mesma funcionalidade do anterior, mas com foco em Ethereum;
  • HASH11: primeiro e maior ETF de criptomoedas negociado no Brasil, composto por diferentes criptomoedas, como Bitcoin, Ethereum, Uniswap e até cripto games como a Axie Infinity;
  • QBTC11: fundo focado em Ethereum atrelado ao índice Ether Reference Rate, que visa a adquirir cotas de outros fundos de investimentos para financiar pesquisas para a altcoin. 

Como investir em um ETF de criptomoedas?

O primeiro passo para investir em um fundo de índice é escolher uma corretora de valores de confiança – lembre-se de que elas são diferentes das corretoras de criptomoedas. O cadastro geralmente é feito online e de forma gratuita, e te dá acesso ao home broker ligado à B3 no Brasil.

Após depositar o valor necessário para a compra do ativo, você deve utilizar o campo de busca e digitar o código (ticker) correspondente para localizar o ETF pretendido – pesquise por HASH11, por exemplo. 

Antes de comprar a cota desejada de ativos atrelados ao fundo, lembre-se de avaliar aspectos importantes, como preço de compra e venda, histórico de valorização e expectativas do mercado. 

Lembre-se, ainda, que os ETFs de criptomoedas cobram taxas de administração anuais, e há outros encargos que podem ser adicionados na compra, como as taxas da própria corretora.

Vale a pena investir em ETFs de criptos?

Agora que você já sabe como funciona um ETF de cripto, fica mais fácil visualizar os prós e contras desse tipo de investimento. Ainda assim, separamos as principais características positivas e negativas para você avaliar antes de optar por explorar esses ativos. 

Vantagens

Como dito anteriormente, o investimento em ETFs é uma boa opção para quem não está acostumado com as funcionalidades do mercado cripto. Se você já investe em renda variável e tem familiaridade com o home broker da B3, por exemplo, pode ser uma “mão na roda” já investir em criptos dessa forma.

Outra vantagem bastante característica é o fato de esses fundos serem geridos por corretoras regulamentadas pela CVM. A compra e venda dos ativos é feita por meio de corretoras tradicionais e auditadas, o que garante maior segurança para os investidores de primeira viagem.

Por fim, dependendo do ETF escolhido, ele pode abranger mais de uma criptomoeda, o que significa uma comodidade a mais para investir em diferentes ativos de uma vez só. 

Desvantagens

O principal ponto negativo dos ETFs é que, por meio deles, você não se torna dono de uma criptomoeda – como acontece no caso de comprá-la diretamente. Nesse caso, não há possibilidade de utilizar a criptomoeda segundo a sua preferência, já que você está investindo apenas em um índice atrelado a ela.

Além disso, o investimento em criptomoedas por meio de fundos não permite ao usuário ter a liberdade de utilizar uma rede descentralizada como as que se utilizam de tecnologia blockchain. Suas transações funcionam da mesma forma que a compra de outros ativos de renda variável, por meio de um sistema centralizado.

Por fim, o aporte em ETFs de criptomoedas está sujeito à cobrança de taxas e também a uma volatilidade maior, visto que os fundos costumam ser atrelados ao preço do dólar. 

Conclusão

Como é possível observar, os ETFs de criptomoedas são opções seguras para quem deseja investir em criptos por meio de soluções indiretas. A prática é regulamentada pelos órgãos fiscalizadores e pode ser feita por meio de um home broker de corretoras tradicionais.

Entretanto, se você deseja investir em cripto de forma direta, a solução é estudar esse universo e ingressar de vez em transações específicas.