Um dos motivos da popularização da internet foi o conceito de permitir que qualquer pessoa tenha acesso aos mais diversos tipos de informações e conhecimento. Esta era uma tentativa de descentralizar todos os dados que antes estavam nas mãos de poucos. Um exemplo disso são aulas de famosas universidades que hoje podem ser encontradas no YouTube — inclusive, é possível encontrar cursos de graduação inteiros nessa plataforma de vídeos
Porém, com o avanço da internet, o que aconteceu foi que parte desse conceito de descentralizar o conhecimento e a informação foi se perdendo. Grandes corporações, como Meta, Google e Amazon, concentraram a maior parte desses dados, e isso é refletido nas redes sociais, que, por sua vez, também estão nas mãos das mesmas empresas.
Depois de algumas notícias sobre o vazamento de dados dos usuários por parte de várias redes sociais, a comunidade de desenvolvedores de blockchain viu nessa tecnologia uma possível solução para este problema ao usar a blockchain e a sua descentralização para construir redes sociais que não fossem centralizadas ou, pelo menos, que não mantivessem os dados de seus usuários como refém nas mãos das corporações.
Assim, surgiu o Lens Protocol.
O que é o Lens Protocol?
O Lens é uma versão reimaginada das redes sociais e é baseada na blockchain. Ele é o que chamamos de rede sociai para a Web3, pois tem a intenção de que todos os seus usuários tenham o controle sobre as suas informações e possam monetizá-las de acordo com os seus interesses.
Podemos pensar no Lens Protocol também como um programa que fornece maneiras fáceis para a criação de plataformas ou redes sociais descentralizadas. Atualmente já existem diversos aplicativos que usam o Lens como base, e alguns exemplos são:
- Lenster: uma rede social descentralizada que permite o compartilhamento de imagens, textos, vídeos e áudio;
- Lenstube: uma espécie de YouTube descentralizado;
- Orb: um aplicativo móvel semelhante ao Twitter.
- Lensta: também um app para celular, mas é semelhante ao Instagram.
Como o Lens Protocol funciona?
Talvez a melhor maneira de entender o Lens é comparando ele com as redes sociais tradicionais.
As redes sociais mais comuns usam uma estrutura centralizada para o armazenamento de dados. Além disso, esses dados são restritos e a integração com outras plataformas ou redes sociais é limitada. No caso do Lens, ele usa um código aberto,que pode ser livremente utilizado por qualquer desenvolvedor para a criação de novas aplicações, incluindo novas redes sociais.
O interessante é que diferentemente das plataformas tradicionais, o Lens Protocol usa NFTs (tokens não fungíveis) para representar os perfis e também para definir quem são os seguidores do usuário. Dessa maneira, não importa o que aconteça nessa rede social, você sempre terá os seus seguidores independente da plataforma que acesse.
Por causa desse modelo de desenvolvimento aberto, o Lens é compatível com outras ferramentas e plataformas da Web3, como MetaMask, Gnosis e Argent.
Além disso, o Lens proporciona um modelo modular que permite aos desenvolvedores criar novos recursos e combiná-los com outras plataformas da Web3. Os usuários podem então ter acesso às informações e até mesmo à maneira que elas são distribuídas de acordo com cada plataforma e comunidade.
Conclusão
As redes sociais tradicionais vem trazendo algumas controvérsias, principalmente quando pensamos na censura de informações. Você provavelmente já deve ter ouvido falar de algum site, canal do YouTube ou conta no Instagram que foi bloqueada indevidamente.
A Web3 surge com soluções que prometem resolver esse problema, trazendo para a mão do usuário o poder de escolher como os seus dados serão usados. Nesse sentido, o Lens Protocol segue esse mesmo propósito e promete ainda ter um impacto positivo não só no nicho de Web3, mas na internet como um todo.