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A alta na taxa de juros do Federal Reserve é boa para criptos?

A alta na taxa de juros do Federal Reserve é boa para criptos?

Entendeu a função do Federal Reserve e o impacto da alta na taxa de juros? Acompanhe nossas redes sociais e as lives diárias do Cripto Morning para continuar bem informado sobre o mercado cripto.

Mitie Okabayashi
Global Content Strategist
15/9/22

O Federal Reserve, embora seja uma empresa privada, equivale ao Banco Central brasileiro, pois é a entidade que define a taxa de juros da economia. Além disso, é responsável pela colocação de títulos de dívida do governo.

Dentre as missões do FED está assegurar o poder de compra do dólar, garantindo crescimento econômico e emprego. Parece uma tarefa simples, porém encontrar um equilíbrio entre os vários fatores que impactam os mercados é virtualmente impossível.

Peça central para ditar o rumo das economias, a autoridade monetária possui 8,9 trilhões de dólares de ativos. Para efeito de comparação, esse número é 10 vezes superior à capitalização do Bitcoin.

Dessa forma, grandes movimentações FED impactam todos os mercados, incluindo ações, imóveis, dívida, moedas e commodities. Acompanhe com a BitcoinTrade o impacto da alta na taxa de juros do Federal Reserve nas criptomoedas.

A relação entre taxa de juros e o mercado cripto

Em linhas gerais, o mercado de criptomoedas segue percebido como um investimento “de risco”. Essa classificação não analisa o potencial de cada ativo, e sim seu desempenho histórico frente aos demais mercados.

Por exemplo, o ouro é considerado um ativo de baixa volatilidade, e mesmo em períodos de crise ou estresse nos mercados, é sempre um dos menos atingidos. Em contrapartida, as ações de empresas de países emergentes, por exemplo, são mais severamente afetadas.

Fonte: Tradingview

Acima temos o gráfico da taxa de juros do FED, em azul, comparado com o Bitcoin em verde (escala log), além do índice MSCI de ações de empresas de países emergentes, em laranja.

Conforme percebemos, não é possível relacionar diretamente as decisões do Banco Central dos EUA ao desempenho dos ativos mencionados. Isso porque a dinâmica dos mercados é muito afetada por condições de crescimento econômico, crises, adoção, e até mesmo a percepção de risco dos investidores.

Uma eventual alta nos juros pode derrubar os mercados?

Sim. Mercados de risco tendem a reagir negativamente em cenários de alta forte na taxa de juros, porém boa parte é precificada antes do anúncio. No entanto, no caso de surpresa, ou seja, movimentos do Federal Reserve mais agressivos, é possível que criptos e ativos de risco apresentem uma correção mais forte.

A alta na taxa de juros aumenta os incentivos para poupadores migrarem para a renda fixa, e ainda eleva o custo de financiamento das empresas e pessoas. A tendência é enxugar parte do dinheiro em circulação, e dessa forma desaquecer a economia.

Quando é a próxima reunião do FED?

O comitê que define a taxa de juros nos EUA é capitaneado pelo presidente do FED, Jerome Powell. A próxima reunião regular está agendada para os dias 15 e 16 de março. Segundo dados da bolsa de Chicago CME, o mercado precifica com 95% de certeza uma alta entre 0,25% e 0,50% na taxa.

No início de maio, mais precisamente nos dias 3 e 4, irá ocorrer outra reunião do conselho, e a própria autoridade monetária sinalizou que deve realizar uma série de aumentos ao longo de 2022. Isso porque a inflação atingiu seu maior nível em 40 anos nos EUA, acumulando 7,5% em 12 meses.

Inflação é boa para criptos?

Pequenas oscilações, por exemplo, uma alta na inflação de 1,5% para 2,5% são pouco representativas. Dificilmente algum investidor se mostrará preocupado o suficiente com um aumento controlado de preços.

No entanto, o que vimos ao longo de 2021 foi uma escalada significativa impactando o custo de vida de toda a população. Itens como energia e alimentos tiveram altas superiores a 20% em dólar, e, desse modo, o investidor passou a buscar instrumentos para se proteger.

Fonte: Tradingview

Cabe lembrar que é comum o mercado antecipar tais movimentos, pois a injeção desenfreada de dólares por parte dos governos em 2020 dava indícios de que o resultado seria a alta na inflação.

Em resumo, é possível que a lateralização atual das criptomoedas seja reflexo da expectativa de aumento de juros e consequente redução na inflação.

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