O Ethereum está em constante evolução, mas uma das ideias mais ambiciosas dos últimos tempos vem diretamente de Vitalik Buterin: substituir a Ethereum Virtual Machine (EVM) — o coração que executa os contratos inteligentes — por um novo sistema baseado em RISC-V, um conjunto de instruções de código aberto amplamente utilizado fora do mundo blockchain.
Seria este o começo do fim da EVM como a conhecemos? A gente te explica em detalhes.
O que é a EVM e por que ela é tão importante?
A Ethereum Virtual Machine (EVM) é o ambiente onde vivem e são executados todos os contratos inteligentes no Ethereum. É o que torna possível que Solidity (e outras linguagens) funcionem de forma determinística e segura na rede.
Durante anos, a EVM foi uma das grandes forças do Ethereum. Mas, à medida que a rede cresceu e as necessidades aumentaram — rollups, provas de conhecimento zero, modularidade —, suas limitações ficaram mais evidentes. A EVM não foi projetada para ser compatível com sistemas modernos de provas ZK nem para execuções eficientes fora da cadeia.
O que Vitalik propõe?
Em um post publicado esta semana, Vitalik argumenta que a melhor forma de escalar o Ethereum a longo prazo é substituir a EVM como sistema base de execução por uma arquitetura mais simples, eficiente e padronizada: o RISC-V.
RISC-V é um conjunto de instruções de propósito geral, de código aberto, amplamente utilizado no desenvolvimento de hardware e sistemas embarcados. Ao contrário da EVM, possui décadas de pesquisa, uma enorme comunidade e ferramentas de otimização já disponíveis.
Por que RISC-V?
O principal motivo é a compatibilidade com sistemas de provas de conhecimento zero (ZK). Esses sistemas permitem verificar a execução de programas sem precisar repetir toda a computação, algo essencial para escalar o Ethereum de forma segura.
Vitalik afirma que uma arquitetura como o RISC-V permitiria criar provers (geradores de provas) de 10x a 100x mais eficientes que os atuais. Isso reduziria os custos operacionais de rollups e validações, e aceleraria o caminho para um Ethereum modular, focado em verificação e não tanto em execução direta.
Além disso, o RISC-V é muito mais fácil de implementar em circuitos ZK, enquanto a EVM é extremamente complexa, o que torna as provas mais lentas e caras.
O que aconteceria com Solidity e os contratos atuais?
Um dos pontos centrais da proposta de Vitalik é que a linguagem de desenvolvimento não mudaria. Os desenvolvedores continuariam programando em Solidity ou outras linguagens compatíveis, mas o backend de execução seria diferente.
A proposta busca preservar a compatibilidade com o código existente e oferecer ferramentas de migração que permitam a transição sem quebrar a rede.
Essa mudança, no entanto, não seria aplicada na Ethereum L1 imediatamente. Seria primeiro testada em rollups, onde há mais flexibilidade para experimentar com novos ambientes de execução.
Isso vai acontecer agora?
Não. Vitalik deixou claro que esta é uma ideia de longo prazo, parte do roadmap rumo a um Ethereum mais eficiente, escalável e modular. Por enquanto, trata-se de abrir a conversa, estudar a viabilidade técnica e começar a construir provas de conceito.
No entanto, o que essa proposta deixa claro é uma tendência: a EVM, embora fundamental no passado, pode não ser o futuro do Ethereum. E o Ethereum já está pensando em como se adaptar para os próximos 10 anos.
O Ethereum já demonstrou que não tem medo de mudar. Da transição para Proof of Stake ao avanço dos rollups, a rede está sempre olhando para frente. Agora, com essa proposta de transição para o RISC-V, se abre um novo capítulo que pode redefinir as próprias bases de funcionamento do ecossistema.
Embora ainda haja muito a ser explorado, uma coisa é certa: o Ethereum quer ser mais rápido, mais barato e mais aberto. E, para isso, pode ser hora de pensar além da EVM.
Tradução assistida por IA (ChatGPT)