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Uma análise da governança da Arbitrum e do seu token ARB

Uma análise da governança da Arbitrum e do seu token ARB

Conheça mais sobre o ecossistema da Arbitrum, o aguardado airdrop de ARB e o que ocorreu na sua primeira votação de organização descentralizada.

Tim Balabuch
Content Creator
17/4/23

Não é novidade que as redes de segunda camada na blockchain da Ethereum são de extrema importância para o aumento da escalabilidade e eficiência da rede. E uma em específico tem chamado atenção nos últimos tempos devido ao seu airdrop e também a algumas polêmicas envolvendo sua governança e descentralização.

A Arbitrum é uma rede de camada 2 para a Ethereum que utiliza a tecnologia de rollups para aumentar a escalabilidade e reduzir as taxas de transação. Os rollups são soluções que permitem que muitas transações sejam processadas fora da cadeia principal e, em seguida, agregadas em um único resultado que é registrado na blockchain principal, garantindo a segurança e a descentralização do ecossistema. 

Ainda, a Arbitrum tem se mostrado cada vez mais importante para o ecossistema da Ethereum por oferecer uma solução escalável e econômica para as limitações que ela possui, permitindo que mais usuários e desenvolvedores utilizem a rede com mais eficiência e menor custo. 

Como dito anteriormente, alguns outros pontos desse projeto vem chamando a atenção da comunidade e do mercado cripto. Por isso, vamos analisar um pouco mais a fundo a Arbitrum e o seu token de governança ARB. 

O tão aguardado airdrop da ARB

Um airdrop é uma distribuição gratuita de tokens ou criptomoedas para um grupo específico de pessoas que pode ser composto por holders de uma moeda específica, membros de uma comunidade ou até mesmo usuários que realizam determinadas ações em um projeto ou plataforma — é neste este último caso que a Arbitrum se encaixa.

A expectativa em cima de um possível airdrop de ARB sempre esteve presente em sua comunidade, e quando os desenvolvedores da Arbitrum anunciaram que ela realmente iria acontecer, gerou-se uma comoção entre os seus usuários e entusiastas. A ideia deste airdrop era descentralizar a governança do projeto, que desde a sua criação, em agosto de 2021, estava sobre as mãos da Offchain Lab, empresa por trás da sua concepção.

O airdrop foi anunciado para 23 de março e para receber o token foram elegíveis os usuários que interagiram com a rede, e o número de tokens a serem liberados foi baseado na quantidade e nos tipos de interação que essas pessoas tinham com a plataforma, bem como os valores que movimentaram. 

O valor médio do airdrop ficou em torno de 625 ARB por pessoa, que em valores atuais e convertidos ficam em torno de R$ 5.000,00.

Análise do token e do ecossistema da Arbitrum

A Arbitrum segue dominando a guerra das redes de camada 2 com mais de 60% do valor total travado atualmente. Além disso, em vários momentos ela ultrapassou a própria mainnet (rede principal, que, neste caso, é a Ethereum) em quantidade de transações diárias. 

A sua principal concorrente, a Optmism, sempre fica em segundo lugar quando levamos em conta algumas estatísticas — como TVL, volume em DEX (exchanges descentralizadas), endereços ativos diários, entre outros.

Fonte: https://app.artemis.xyz/dashboard

Grande parte dessa dominância da Arbitrum vem de seu papel nas exchanges descentralizadas de derivativos —  e aqui podemos destacar principalmente a GMX. A adoção da rede por esses tipos de projetos foi essencial para o seu crescimento e para a difusão de seu uso entre usuários e desenvolvedores.

O token ARB tem um total de 10 bilhões de unidades em circulação; desse total, 11,5% foi distribuído para a comunidade. Segundo a Offchain Lab, em tese, com outros detalhes da distribuição — como o tesouro da DAO, ecossistema e afins —, a comunidade teria controle sobre 56% dos tokens, tendo, portanto, maior poder de voto.

Fonte: https://token.unlocks.app/arbitrum

Polêmica e descentralização

Porém, logo na primeira tentativa de descentralizar a governança da Arbitrum, ocorreu uma polêmica com a proposta que foi para votação no Snapshot. 

A proposta conhecida como AIP-1 desejava destinar 750 milhões de token ARB para cobrir os custos da Arbitrum Foundation, que é diferente da DAO. Esse valor representa em torno de 7% do suprimento total de ARB. 

O problema foi que mais de 70% dos votos foram contra essa proposta e mesmo com a comunidade sendo contra, a Arbitrum movimentou esse valor sem o consentimento dos holders. 

Fonte: https://snapshot.org/#/arbitrumfoundation.eth/proposal/0x3be7368a662d1cf12fa4da768d626edbc013be0dc7b994fef2e24d9a54e4033a

O ocorrido gerou uma revolta na comunidade, que não hesitou em pontuar as falhas e a falta de descentralização do projeto. Os fundadores tentaram consertar o caso, alegando que tudo era apenas uma falha de comunicação e que a decisão já estava tomada, e o voto era apenas simbólico naquele momento.

Conclusão

O crescimento da Arbitrum é inegável e a sua contribuição para o desenvolvimento do ecossistema cripto é gigantesca. O seu airdrop, além de tudo, foi um sucesso, apesar de algumas críticas, e a sua comunidade teve uma boa oportunidade de participar e ser beneficiada por explorar um projeto tão inovador. 

Porém, o projeto ainda tem um grande desafio pela frente: a descentralização. A falha na votação e o atrito gerado na comunidade pode ser um empecilho e é algo que vai perseguir a reputação da Arbitrum por um bom tempo.

Por enquanto, o que nos resta é aguardar o desenvolvimento das votações e como a equipe vai de fato atender as decisões da comunidade e não apenas deixá-la como coadjuvante no ecossistema. 

Além disso, o sucesso da Arbitrum dependerá da sua capacidade de oferecer soluções escaláveis e eficientes que atendam às necessidades da comunidade de usuários e desenvolvedores de aplicativos descentralizados (dApps) na Ethereum.

👉 Confira este vídeo sobre Arbitrum e o seu token.