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NFTs: casos de uso reais

NFTs: casos de uso reais

NFTs: casos de uso reais

Tim Balabuch
Content Creator
27/9/22

Mesmo com o mercado em queda, os NFTs continuam nas notícias ao redor do mundo. Parte disso se dá ao fato de atletas, artistas e celebridades comprando JPGs de macacos e também por causa da popularização dos jogos em blockchain que usam esses tokens. 

Muitas pessoas e, principalmente, grandes marcas viram uma ótima oportunidade de não somente criar uma receita usando NFTs, como também uma nova maneira de interagir com suas comunidades. Isso já é um avanço que pode mostrar a ponta do iceberg com relação à utilidade desse novo tipo de ativo, mas os NFTs podem ir muito além disso e trazer transparência e credibilidade para as mais diversas indústrias. 

O que são NFTs?

NFTs (tokens não fungíveis) são ativos registrados em uma blockchain e não podem ser replicados. Diferentes de ativos como o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH), os NFTs não podem ser substituídos por outra unidade, mesmo que idêntica. O termo "token" pode ser comparado a uma espécie de certificado que comprova a propriedade.

Em outras palavras, os NFTs são certificados que não podem ser substituídos e são registrados em uma blockchain transparente e descentralizada. Dessa maneira, esses tokens podem representar não só ativos digitais — como imagens, músicas e filmes —, como também ativos físicos — imóveis, produtos e obras de artes. Além disso, devido a sua imutabilidade, os NFTs ainda podem representar ativos não tangíveis, como propriedade intelectual e até mesmo experiências.

Neste post veremos alguns exemplos de casos de usos reais e também o potencial dessa tecnologia para o futuro.

I. Acesso a experiências

Talvez a coleção mais famosa do momento, a Bored Apes Yatch Club, tenha popularizado o potencial do uso de NFTs para o acesso a experiências exclusivas. Quem comprou um NFT da coleção de macacos participou de eventos exclusivos com celebridades, conseguiu roupas, acessórios, jogos e outras coisas mais.

Mas quem acha que esse tipo de coisa ainda está longe de ser realidade no Brasil, está enganado. Já há diversas iniciativas por aqui que usam NFTs para dar acesso a shows, eventos e até para conhecer jogadores de times de futebol. Um exemplo é o próprio cantor Milton Nascimento. Os ingressos de sua turnê foram vendidos exclusivamente como NFTs, ou seja, não havia outra maneira de ir ao show de abertura dessa turnê que não fosse comprando um NFT. 

Eu já havia visto alguns shows vendendo uma pequena parcela dos ingressos como NFTs, mas fazer isso com 100% dos ingressos foi bem ousado e inovador. Essa iniciativa levou várias pessoas a aprenderem sobre o que são e como funcionam esses tokens. A arte usada foi um desenho do próprio Milton e — além de arte ser um item colecionável e, do meu ponto de vista, histórico — permitia que seus holders (detentores) pudessem levar um convidado para o show, participar de um coquetel e ganhar um kit exclusivo.

Ainda mantendo a raiz brasileira, o futebol não podia ficar de fora. O Atlético Mineiro foi o primeiro clube da América do Sul a leiloar um NFT e eles não pararam por aí. O clube de futebol também lançou uma coleção que dava benefícios para o torcedor que possuísse o token. Uma das categorias desses NFTs, inclusive, dava acesso ao campo de treinamento e o torcedor ainda poderia bater uma bola com os jogadores do time. Os tokens mais baratos ofereciam camisetas oficiais e outros produtos licenciados pelo time.

Apesar de já estarmos presenciando uma vasta quantidade de exemplos de uso de NFTs para acesso a experiências exclusivas, como as citadas acima, acredito que ainda estamos só no começo com relação a esse tipo de uso. Nos próximos anos, grandes marcas, artistas, atores, músicos e os mais variados tipos de comércios usarão, ou pelo menos experimentarão, os tokens não fungíveis como uma maneira de criar e organizar o seu público.

II. Conteúdos exclusivos

Além de experiências exclusivas para os holders, os NFTs também permitem que você possa ter acesso a conteúdos exclusivos. Para entendermos isso melhor, podemos olhar como o sistema atual de acesso aos conteúdos online funciona atualmente. 

Digamos que você quer ter acesso a um curso específico. Em geral, para isso, você precisa pagar por meios de pagamentos tradicionais e criar uma conta no site para acessar as aulas. A mesma lógica vale para quem vende acesso aos portais de notícias, artigos e até mesmo plataformas de streaming de músicas e vídeos.

Nessa nova economia, os provedores de conteúdo podem criar uma coleção de NFTs e disponibilizar o conteúdo apenas para quem tem um token da coleção em questão. Mas quais são as vantagens de seguir por esse caminho?

Há várias e talvez a mais impactante e relevante no momento atual é a remoção de intermediários e suas implicações. Uma vez que o criador de conteúdo distribuiu sua coleção de NFTs para o seu público, todas essas pessoas têm acesso ao conteúdo por meio da blockchain. 

Um exemplo prático para entendermos isso melhor: digamos que eu criei um portal de notícias em que o conteúdo é exclusivo para assinantes e em vez de usar os meios tradicionais, usei NFTs para dar acesso aos assinantes. Portanto, os pagamentos serão feitos por meio de criptomoedas e não há as taxas que são geralmente cobradas por cartões ou bancos. Além disso, se houver algum problema no servidor ou por algum motivo mais fatídico eu perca o site, ainda assim não perderei os assinantes que se encontram na blockchain.

Atualmente, já existem ferramentas que permitem que isso seja feito sem um conhecimento técnico muito avançado. Um deles é o Unlock Protocol, que permite que você adicione membros ao site por meio de NFTs e receba pagamentos em cripto, tudo isso de maneira aberta e governado por uma comunidade.

Outra ferramenta que vem chamando a atenção na indústria de blockchain é o Mirror, site em que você pode criar artigos e distribuí-los como NTFs. Além disso, ele permite que as pessoas criem financiamentos coletivos para os mais diversos tipos de projetos por meio de NFTs, tudo registrado na blockchain da rede Ethereum.

Uso de NFTs na indústria da saúde

O uso de NFTs na indústria da saúde pode assustar algumas pessoas que ainda estão entendendo o potencial dessa tecnologia, mas esse assunto já vem sendo discutido há algum tempo. O próprio uso de blockchain na área da saúde já é realidade.

A Estônia é um dos países que mais tem progredido digitalmente no mundo. Além das informações de serviços médicos do país serem 99% digitalizadas, também é o primeiro país a usar blockchain na área da saúde.

O uso de NFTs pode otimizar os benefícios do uso da tecnologia blockchain, tornando os dados dos pacientes mais transparentes e seguros, permitindo que eles tenham mais controle sobre seus dados pessoais. Ainda há alguns desafios a serem superados, sendo os maiores deles a usabilidade e a acessibilidade desses tokens.

Pensamentos finais

Em muitas indústrias, o uso de NFTs na prática já é algo real. Não precisamos mais olhar para o futuro e imaginar como serão aplicados no dia a dia das pessoas, porque, como vimos aqui, já temos alguns exemplos que mostram as utilidades desses tokens indo muito além da especulação financeira.

Apesar de todo o otimismo e do futuro promissor dos NFTs, eles ainda possuem grandes obstáculos pela frente, o que não é novidade. Toda nova tecnologia tende a ser difícil e cara em seu início, mas, com o tempo, ela se adequa às necessidades de seus usuários e se torna mais simples e barata de ser utilizada, e acredito que não será diferente com os NFTs.

Para saber mais sobre NFT

Você pode assistir à live em que conversamos sobre projetos de NFT que valem a pena acompanhar.

O Cripto Morning vai ao ar de segunda à sexta, das 10 às 11 da manhã, no canal do Youtube da BitcoinTrade.