Em seu auge, precisamente em novembro de 2021, a criptomoeda Solana (SOL) atingiu um valor de mercado de US$ 78 bilhões, totalizando 5% do mercado total dos ativos digitais excluindo o Bitcoin (BTC). Em setembro de 2022, a crise no mercado de risco havia reduzido esse valor para US$ 11,5 bilhões.
A rede Solana sempre prezou pela alta capacidade computacional, independente dos riscos de centralização. A demanda por investimentos externos para custear essa estrutura trouxe uma estreita relação do projeto com a exchange FTX — inclusive, a Fundação Solana era acionista desta empresa que está atualmente em estágio falimentar.
Além disso, diversos projetos do ecossistema Solana, incluindo a exchange descentralizada Serum, estavam incubados na empresa de capital de risco da FTX. Por esse motivo, a criptomoeda SOL foi uma das que mais sofreu ao final de 2022, acumulando uma queda de 92% no ano.
O que aconteceu com a Solana (SOL)?
Além da queda na cotação, que derrubou seu valor de mercado para US$ 5 bilhões (o menor desde abril de 2021), o projeto teve uma queda brusca no valor total depositado em suas aplicações de finanças descentralizadas (DeFi).
De acordo com o site DefiLlama, o montante depositado no ecossistema Solana caiu de US$ 1,3 bilhões em setembro de 2022 para US$ 290 milhões, resultando em uma queda de 88%.
Outro fato importante foi o desbloqueio de 29,2 milhões de SOL em novembro, em que os investidores ficaram livres para vender seus tokens após o término do período de staking.
Qual é o impacto de FTX e Alameda na Solana?
Além de deter participação na empresa FTX, a Fundação Solana possuía tokens FTT e Serum, projetos que eram controlados direta ou indiretamente pela exchange. Ainda, outros US$ 40 milhões em versões tokenizadas de SOL, Ethereum (ETH) e BTC podem ter sido perdidos.
A única perda direta assumida pelo projeto Solana foi um depósito de US$ 1 milhão na exchange FTX, o que representa menos de 1% dos ativos totais da Fundação, segundo um post em seu blog.
Qual é o futuro da Solana?
A empresa Solana Labs e a Fundação Solana reforçaram sua capacidade de manter a sua estrutura de desenvolvedores e apoio ao ecossistema. Ademais, elas acreditam que o clone (fork) do projeto Serum, que é liderado pela comunidade de usuários, sinaliza que a eventual dependência em determinadas entidades não é um impeditivo para o crescimento do projeto.
Segundo o último informativo da Solana em meados de novembro de 2022, haviam 11,5 milhões de endereços ativos na rede e mais de 150 mil criadores de conteúdo NFT (token não fungível). O relatório reitera o crescimento na área de blockchain games, com 15 ativos na rede e outros 37 com lançamento previsto para o início de 2023.
Por último, a Solana Labs destaca o seu foco nas aplicações Web3 voltadas para dispositivos móveis e o lançamento de seu próprio aparelho.
Parceria entre Solana e Instagram
Desde o início de novembro, as redes sociais Instagram e Facebook integraram os NFTs da rede Solana.
Tudo o que o usuário precisa fazer é autorizar a integração com a carteira digital Phantom wallet. Dessa forma, os detentores de NFTs dessa rede podem exibir seus itens colecionáveis nessas redes de forma simples e integrada.
Cabe ressaltar que a parceria prevê um marketplace integrado para a compra e a venda desses itens digitais.
A relação entre Google e Solana
A solução de armazenamento na nuvem Google Cloud anunciou uma parceria com a Solana para se tornar um validador de transações. Além disso, informou que iria adicionar a rede Solana em sua solução BigQuery, facilitando aos desenvolvedores do ecossistema o acesso aos dados históricos.
Por último, a Google Cloud vai oferecer uma solução chamada “Blockchain Node Engine” para que os seus usuários lancem seus próprios nodes na Solana de forma mais simples e utilizando a estrutura de dados na nuvem.
Conclusão
Em suma, considerando os anúncios citados e o contínuo desenvolvimento de projetos no ecossistema, é razoável afirmar que a Solana segue em crescimento apesar das perdas causadas pela falência da FTX e Alameda Research, considerando a estreita relação dessas empresas com alguns dos projetos da rede.
