Com vento a favor, Bitcoin enfrenta duas semanas decisivas em maio

Bitcoin inicia maio com força e eventos nos EUA que podem definir o mercado. Veja o que pode acontecer e fique por dentro.

Fernando Clementin
Jornalista e tradutor.

Enquanto consolida uma recuperação significativa em seu preço de mercado, o Bitcoin pode ser impactado na primeira quinzena de maio por eventos com os Estados Unidos como protagonista. Como costuma acontecer, isso pode repercutir em todo o mercado de criptomoedas e trazer semanas de volatilidade.

A sequência de acontecimentos começará na segunda-feira, 5 de maio, quando o governo liderado por Donald Trump dará mais detalhes sobre a reserva de criptomoedas que está sendo criada pelos EUA.

Na mesma semana, o Federal Reserve (FED) anunciará as novas taxas de juros que orientam a política monetária e financeira do país. A expectativa é de que não haja grandes mudanças em relação às taxas atuais, o que geralmente é interpretado como um sinal de estabilidade e otimismo nos mercados.

A agenda bitcoiner de maio nos EUA continuará com o evento “Bitcoin for Corporations”, que acontecerá nos dias 6 e 7, em Orlando. Organizado pela MicroStrategy, o encontro pode impulsionar ainda mais a adoção institucional do BTC, que em abril de 2025 já somava 762.000 bitcoins nas reservas de empresas públicas (cerca de 3,8% da oferta total de BTC).

Por fim, no dia 12 de maio, será divulgado um dado chave para a economia dos EUA: o Índice de Preços ao Consumidor (CPI). A inflação mensal americana costuma impactar fortemente os mercados; em março, por exemplo, o preço do Bitcoin subiu 5% após a divulgação de dados melhores do que o previsto.

As relações internacionais voltam à calma

Embora pareça distante, o Bitcoin começou o ano de 2025 se mantendo acima dos USD 90.000, e chegou a ultrapassar os USD 100.000.

No entanto, a “guerra tarifária” iniciada por Donald Trump derrubou os mercados internacionais e fez o Bitcoin cair para USD 74.800 em abril. Como é sabido, conflitos comerciais geram incertezas e aumentam a aversão ao risco em ativos voláteis, como as criptomoedas.

À medida que as posições das potências internacionais — lideradas pelos EUA e China — se aproximaram, o mercado iniciou uma recuperação que levou o BTC novamente à faixa dos USD 97.000. Para alguns analistas, ter superado a barreira dos USD 90.000 (que não era rompida desde fevereiro) pode ser o início de uma nova tendência de alta. O tempo dirá se isso se confirma…

Uma “crise” no Ethereum?

Enquanto o Bitcoin vive um momento de otimismo, o ether (ETH) parece preso em um “buraco” do qual não consegue sair. Sua cotação de USD 1.800 no fechamento desta nota soa tímida em comparação ao preço do BTC.

Alguns dados para contexto: o BTC está apenas 12% abaixo de seu preço máximo histórico; já o ETH está 62% abaixo do seu ATH (All-Time High). Além disso, entre o fim de janeiro e hoje, o ETH caiu quase 50%.

Para além dos dados de mercado, os fundamentos do Ethereum também começaram a ser questionados. Em 2025, o ETH deixou de ser deflacionário, já que o número de unidades em circulação aumentou em comparação a setembro de 2022, quando ocorreu o Merge.

O Merge havia introduzido mudanças que, entre outras coisas, visavam diminuir a oferta em circulação da rede Ethereum, com ajuda de um mecanismo de queima de tokens atrelado à atividade na rede. Portanto, podemos concluir que a atividade na rede está em baixa — o que chama atenção em um momento de mercado de alta.

As altcoins definem seu rumo

Já falamos do bom momento do Bitcoin e das dificuldades do Ethereum, mas e as outras criptomoedas mais importantes? No acumulado mensal, os preços se mantêm praticamente estáveis em relação ao início de abril, mas com perdas entre 1% e 5% na última semana.

Como já dissemos, as próximas semanas podem definir o rumo do mercado não apenas para maio, mas também até o fim do primeiro semestre. Cada dia pode trazer uma notícia que mova os mercados — por isso, é bom ficar atento e não perder nada.

Tradução assistida por IA (ChatGPT)